O principal produto das exportações agrícolas do país, a soja, sofre com a crise. Os preços negociados na bolsa de Chicago, o maior mercado mundial para o grão, que em julho chegaram a quase US$ 18 por buschel, hoje estão em torno de US$ 9,4 por buschel. No mercado brasileiro, a cotação caiu até 4,5% na última semana. E nem mesmo a valorização do dólar frente ao real consegue compensar essas perdas para a cadeia produtiva.
Como se não bastassem as cotações em baixa, o preço dos insumos e da mão-de-obra subiram muito. Segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais, o custo da safra 2008/2009 está 50% acima do ano passado.
Com a entrada do calendário de plantio da soja que vai de outubro a dezembro, o produtor que busca empréstimo no banco, sai de mão vazias. São os efeitos do aperto do crédito provocado pela crise internacional. Sem recursos para investir na lavoura, nem subsidios do governo, a safra do grão pode ser reduzida.
Em Mato Grosso, os volumes comprados para plantio de soja, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola, correspondem a 340kg por hectare, quando seriam necessários pelo menos 450kg.