A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) lançou na quinta, dia 22, em Itajaí (SC), o seu primeiro cultivar de arroz especial para preparo de risotos: o SCS123 Pérola. A variedade vem sendo desenvolvida desde 2007 e ela é especial para confecção de risotos por suas características peculiares, como o formato e a textura, que o tornam mais capaz de absorver sabores adicionados no preparo culinário.
O novo cultivar da Epagri é também mais produtivo que os outros especiais para risotos. Ester Wickert, pesquisadora da Estação Experimental da Epagri em Itajaí (EEI) e uma das responsáveis pelo trabalho, conta que arrozes para risoto costumam produzir quatro toneladas por hectare. “Normalmente os grãos especiais têm menor produtividade”, explica Ester. Já o Pérola apresentou produtividade média de dez toneladas por hectare nos experimentos realizados em diversas regiões produtoras de Santa Catarina.
Tamanha produtividade se deve, entre outros fatores, à arquitetura mais moderna da planta, que é mais baixa, tem maturação uniforme e bom perfilhamento. As plantas de arquitetura convencional, mais altas e com panículas mais abertas, estão mais sujeitas à queda e ao ataque de pássaros, por exemplo. Além de ser mais produtiva, a arquitetura do cultivar Pérola permite a automatização da colheita, relata a pesquisadora.
Outra vantagem para o produtor é o grande valor agregado de arrozes especiais para risotos. Enquanto o consumidor compra 1kg de arroz branco comum pelo valor médio de R$ 2,50, a mesma quantidade do especial pode chegar a R$ 12. O produtor já estabelecido de arroz comum que queira plantar o Pérola não vai precisar fazer nenhuma adaptação no seu modo de produção, já que o manejo das duas plantas é idêntico. Ele só vai precisar encontrar mercado para escoar seu produto diferenciado.
Ainda neste ano, a Epagri realiza chamada pública para definir a empresa que vai multiplicar a semente do arroz Pérola, para que o agricultor possa plantar o novo cultivar. A expectativa da pesquisadora Ester é que, na safra de 2019, ele esteja sendo cultivado para chegar à mesa dos catarinenses a partir de 2020.