? Os produtores de irrigado vão ganhar porque eles vão ter produto para ofertar. Agora a grande massa dos produtores de feijão do país não vão ter produto para ofertar. Essa massa tem produto quando não tem preço e tem preço quando não tem produto. Essa renda não só vai ser menor como vai estar concentrada em grandes produtores ? disse Gonçalves.
O consumo de feijão no Brasil está em torno de 3,5 milhões de toneladas por ano. Para garantir a oferta, uma alternativa seria importar dos Estados Unidos ou Canadá. O presidente do Conselho do Instituto Brasileiro de Feijão e Legumes (Ibrafe), Marcelo Lüders, defende a redução de taxas de importação do produto de fora do Mercosul.
? É uma questão de lógica. O produto caro demais para o consumidor vai desestimular o consumo. Isso estraga o mercado para os próximos anos para o produtor. Entendemos que nesse momento uma redução de alíquota temporária, de três ou quatro meses, enquanto não há feijão no Brasil, de 10%, ela seria bem vinda ? avaliou Lüders.
Porém, para o pesquisador do IEA de São Paulo, trazer o feijão de fora não resolve o problema.
? Nos feijões de cores, o chamado feijão carioca, onde se inclui o carioca, acho que é um tiro no pé. Por que é um tiro no pé? Primeiro, que tipo de feijão é? E outra: 90 a 100 mil toneladas em um consumo de 3,5 milhões é quase nada mesmo que seja para um efeito objetivo em um período específico do ano ? explicou José Sidney Gonçalves.