Muitos buracos, pedras e falta de sinalização. Assim é estado atual da rodovia RS-566, na altura de Alegrete no Rio Grande do Sul, depois da enchente que atingiu o município de janeiro deste ano.
Os estragos causados pelas fortes tempestades não se limitou às estradas. A chuva também atingiu produtores do grão e alagou milhares de hectares já plantados, levando imenso prejuízo à atividade.
O problema é que o setor do arroz, que já está fragilizado com preços ruins e concorrência do grão importado, paga caro pelo transporte da safra que está em plena colheita. “Com tanto buraco, acaba furando pneu de caminhões e um pneu custa aproximadamente R$ 1.500 . O impacto disso se dá no frete. No ano passado, a tonelada custava R$ 1,85 centavos [por quilômetro rodado], agora está mais de R$ 2”, relata Fátima Marchezan, produtora de arroz e presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete.
Para o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do estado do Rio Grande do Sul (Federarroz,), Henrique Dornelles, os custos maiores e os prejuízos está preocupando o setor. “Depois das enchentes de janeiro as estradas não foram reformadas, não houve manutenção. Pela RS-566 passam, por ano, mais de cinco milhões de sacas de arroz, e nessa época de colheita, pelo menos 50% da safra é escoada por caminhões que trafegam nesse trecho. Mais uma chuva forte e essa estrada para”, garante Dornelles.
Leandro Meneghetti, vendedor de produtos agrícolas, conhece muito bem a rodovia estadual, já que cruza diariamente um dos trechos afetados, a ponte de Jacaraí, um distrito de Alegrete. Ele afirma já ter presenciado diversos acidentes e não é raro encontrar caminhões que estragam ao chegar na estrada. “Quando chegam nesse trecho, alguns caminhões mais carregados precisam passar a 5 quilômetros por hora, de tão ruim a estrada”, afirma.
Pavimentação
Segundo lideranças do setor, aproximadamente 60 quilômetros da estrada estão em condições extremamente precárias. Em 2010 foi assinado um contrato para pavimentação da rodovia, mas até agora apenas cinco quilômetros foram pavimentados.
Segundo o superintendente regional da 9º Superintendência de Alegrete do DAER, Paulo Meister, as verbas repassadas para a obra vêm do governo estadual, mas até agora apenas 5 quilômetros, do zero ao cinco, foram pavimentados. “Para esse ano, de acordo com o recurso que está previsto, que é de R$ 10 milhões, poderá se pavimentar do quilômetro 5 ao 11”, afirmou Meister.
O superintendente disse ainda que não há um estudo atualizado sobre a obra, mas que o custo orçado inicialmente seria de R$ 50 milhões para concluir todo o trecho previsto no contrato, que é de 35 quilômetros.