O plantio de arroz está praticamente finalizado no Rio Grande do Sul, maior estado produtor do alimento. A preocupação dos produtores agora é com o preço da saca, que está no limite da margem de lucro. Assim, a ideia foi não aumentar a área, principalmente depois de um ciclo frustrado pela chuva.
O produtor Luis Carlos Machado já está com a lavoura plantada. Este ano, ele decidiu diminuir a área cultivada. São 212 hectares, um pouco menos do que na última temporada. O recuo tem motivo específico: a falta de um seguro agrícola eficiente.
“O produtor ainda está endividado por catástrofes climáticas e acho que o produtor não deveria contrair dívida. A perda tem que ser paga por um seguro que atenda a necessidade do produtor. Quanto maior a lavoura, maior o risco”, disse.
O clima foi justamente o grande inimigo da lavoura de arroz na última safra. E da mesma forma que Luis, a maioria dos produtores também optou por não aumentar a área destinada à cultura. Tanto que o plantio cresceu apenas mais de 3%. Nesta temporada, o Rio Grande do Sul semeou 1,9 milhões de hectares do cereal, segundo o Instituto Rio-grandense de Arroz (Irga). A colheita deve alcançar 7,4 mil kg por hectare.
De acordo com o presidente do Irga, Guinter Frantz, a frustração do ano passado custou alto e todo cuidado para evitar prejuízos deve ser tomado.
“Pelo fato de termos exportado bastante, tivemos uma pressão de alta no preço, e esses preços compensaram um pouco as perdas e o custo. Este ano, se nós formos ter uma safra de boa, também com um custo que continua alto, nós podemos ter perdas, porque a gente vai ter uma pressão de baixa. Então, de novo o risco existe e de novo o produtor pode perder em função do preço”, analisa.