Apesar da crise econômica mundial, os pequenos produtores de cachaça continuam demonstrando fôlego para colocar o produto nos mercados internacionais. Participantes da Brasil Cachaça 2009 ? 4ª Expo Cachaça, que realizou-se em São Paulo até sexta, dia 8, produtores de vários Estados buscaram compradores internacionais.
É o caso da Cachaça Colinas do Sul, de Poço Fundo, sul de Minas, que já está negociando com atacadistas da Califórnia.
? Estamos com o registro da cachaça nos Estados Unidos e enviamos 2,1 mil garrafas para eles ? diz Anderson da Costa, proprietário da marca.
A cachaça Colinas do Sul faz parte da Cooperativa dos Produtores de Cachaça e Derivados de Cana-de-Açúcar do Sul de Minas Gerais (Coopercasul). Também satisfeito com os resultados de exportação está Marcos Macedo, de Arealva, interior de São Paulo. Dono da cachaça orgânica Tiquara, ele exporta para a Alemanha desde 2004.
? Vendemos para uma rede alemã de produtos orgânicos. Na última remessa enviamos 36 caixas.
A crise afetou a rede alemã e suspendeu as compras neste primeiro trimestre, mas o contrato com a Tiquara continua vigorando. Macedo está otimista.
? Logo, logo voltaremos a enviar a cachaça e já estamos prospectando novos mercados na Europa.
Angola é um outro destino da cachaça brasileira. Jaqueline Calvo, da Dedo de Prosa, sul de Minas, vende para uma distribuidora local. Em abril deste ano, foram enviadas 150 caixas. A Dedo de Prosa é um blended especial, e recebeu da Universidade de São Paulo o primeiro lugar como cachaça de qualidade.
Segundo o Ibrac, o Brasil possui capacidade instalada para a produção de aproximadamente 1,2 bilhão de litros de cachaça. Atualmente, são mais de 40 mil produtores (4 mil marcas).
As microempresas correspondem a 99% do total de produtores. Suas atividades agropecuárias incluem a produção de milho, feijão, café e leite, entre outras, e a produção de cachaça. O setor da cachaça é responsável pela geração de mais de 600 mil empregos, diretos e indiretos.