O diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, disse nesta quinta, dia 21, que em paralelo à primeira fase de operação de resgate no Haiti, o país e as ajudas devem centrar-se de forma simultânea no apoio urgente à produção alimentar, na recuperação da agricultura e na reconstrução.
Os agricultores haitianos devem receber recursos antes do começo da temporada de semeadura da primavera, que começa em março, segundo Diouf. O consumo de cereais é de em média um milhão de toneladas, sendo que 63% provêm de importação.
? A prioridade é o fornecimento de sementes, fertilizantes, ração para o gado e vacinas ? assinalou o responsável pela FAO.
Segundo Jacques Diouf, é de vital importância impulsionar programas de produção local de sementes de qualidade e preparar fertilizantes adequados para as várias regiões produtivas e culturas do Haiti.
A temporada de semeadura de primavera, que se prolonga até maio, representa 60% da produção agrícola do Haiti. Com os danos graves sofridos pelas infraestruturas agrícolas, tais como armazéns e canais de irrigação, os produtores haitianos necessitam mais do que nunca de ajuda que lhes garanta suprir a próxima temporada de plantio.
A FAO conta com programas para incrementar a produção agrícola no país, com algo em torno de US$ 49 milhões cedidos por diversos doadores, entre os quais figuram União Europeia, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, Banco Mundial, França, Canadá, Espanha, Áustria, Brasil e Bélgica.
Os programas do governo e da FAO ajudaram a impulsionar em 2009 a produção agrícola nacional em 15%, e permitiram reduzir o número de haitianos desnutridos.
Preços dos alimentos sobem
Os preços dos alimentos estão subindo em Porto Príncipe e demais lugares, devido à escassez de comida e combustíveis, e ao dano à cadeia de abastecimento, aos armazéns e ao porto, que armazenam os produtos de subsistência da população do país.
? O terremoto afetou a região ocidental e meridional do Haiti, mas a catástrofe é de nível nacional ? lembrou Diouf.
? Para evitar que este desastre natural se converta em uma tragédia rural, é crucial salvar a próxima fase de plantação.
A FAO tem 73 especialistas e empregados no Haiti, e este número se incrementará nos próximos dias para apoiar o governo haitiano e o Ministério da Agricultura, que sofreram destruição durante o abalo sísmico e perderam parte de seu pessoal.
A FAO está tem contratado especialistas para avaliar o impacto no sector agrícola e os danos sofridos por infraestruturas de regiões atingidas pelo terremoto.
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