? As projeções podem até cair mais ? afirmou em entrevista à Dow Jones.
Na quinta, o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) fez um corte parecido em sua projeção para a safra global de trigo, que foi de 664 milhões para 651 milhões de toneladas.
Em junho, a FAO estimou produção de 676 milhões de toneladas. A próxima estimativa sai em setembro. Apesar do recuo previsto por Abbassian, o volume será maior que as 637 milhões de toneladas colhidas em 2009. Por esse motivo, ele acredita que os preços internacionais não revisitarão as máximas alcançadas no ano passado, embora já tenham subido cerca de 50% desde a mínima de nove meses registrada em junho. No ano até essa quinta, as cotações exibiam alta de 8% na Bolsa de Chicago. Uma forte estiagem na Rússia, inundações na Ucrânia e no Canadá e uma colheita menor que a esperada na União Europeia (UE) são os motivos da redução da safra mundial e do aumento dos preços.
Abbassian estimou que, na Rússia, a colheita deve diminuir para 55 milhões de toneladas, ante 60 milhões previstas em junho. O cenário da safra no Hemisfério Norte ainda é incerto, afirmou. Em setembro, mês da divulgação do próximo relatório, a perspectiva de produção estará mais clara, afirmou.
Preço
Pela primeira vez neste ano, a FAO revisou para cima seu Índice de Preços dos Cereais, que agora está em 161 pontos, de 152 em junho. A entidade prevê maior volatilidade nas cotações do trigo nos próximos meses e explica que, nos últimos anos, a disponibilidade do cereal na região do Mar Negro fez compradores da América do Norte e da Europa se voltarem para lá, o que pode não ocorrer neste ano. No lado positivo, há mais trigo no mundo em 2010 do que havia em 2008 e 2009 por causa dos grandes estoques deixados pela safra passada. Em 2008, por exemplo, o índice de preços da FAO chegou a 238.
? A situação é ruim agora, mas não tanto quanto há dois anos. Seria prematuro esperar que os preços atinjam os níveis alcançados em 2008 ? observou Abbassian.