Em março, as vendas externas de arroz (base casca) totalizaram 118,3 mil toneladas, alcançando 79 países das Américas, África, Ásia e Europa, informa a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz). Contudo, a presença massiva do cereal não tem sido, neste começo de ano, traduzida em bons números para o setor.
Isso porque a receita dos embarques no mês passado foi de US$ 45,6 milhões, ante US$ 49,9 milhões do mesmo mês de 2022, quando os envios atingiram 179,4 mil t, informa a entidade com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Assim, as exportações de arroz beneficiado, de maior valor agregado, totalizaram 13,1 mil t, o equivalente a US$ 6,1 milhões em março de 2023. Os principais destinos foram Peru, Estados Unidos, Cabo Verde, Arábia Saudita, Bolívia, Trinidad e Tobago, Canadá, Barbados, Reino Unido e Bahamas.
Ainda segundo a Abiarroz, no primeiro trimestre, as vendas externas de arroz alcançaram 370,8 mil t, com faturamento de US$ 124,3 milhões. Nos primeiros três meses de 2022, o Brasil exportou 450,2 mil t, com divisas de US$ 132,5 milhões. Desta forma, o resultado consolidado deste ano é 6% inferior.
Ações de promoção do arroz
No primeiro trimestre do ano, a Abiarroz, por meio do projeto Brazilian Rice, desenvolvido em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), realizou ações no México e na China, visando impulsionar as exportações.
No México, foram realizadas rodadas de negócios com potenciais compradores do arroz beneficiado. Já na China, a entidade participou da missão empresarial organizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela ApexBrasil.
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Conforme a Associação, ambos os mercados são estratégicos e grandes consumidores de arroz. No caso da China, a Abiarroz vem trabalhando desde 2016 com o governo brasileiro para a abertura do mercado para o arroz beneficiado.
“Há uma demanda crescente pelo arroz quebrado na China, com aumento de mais de 500% das importações do produto entre 2013 e 2022. É uma oportunidade para o Brasil, já que a Índia, principal fornecedora, manteve a proibição de exportação de arroz quebrado”, diz a gerente de Exportação da Abiarroz, Carolina Matos.
A entidade defende a inclusão do arroz beneficiado na pauta da missão do governo brasileiro à China, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.