Após denúncias de trabalho análogo à escravidão em fazendas produtoras de arroz no município de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, a Federação das Associações dos Arrozeiros do estado (Federarroz) discorda da conexão desse termo ao episódio.
De acordo com o presidente da entidade, Alexandre Velho, houve realmente descumprimento de normas da legislação trabalhista. Mas nenhum aspecto teria sido encontrado que pudesse ser associado à escravidão.
“Estamos procurando orientar e defender os produtores para que sigam as normas trabalhistas, mas, ao mesmo tempo, tentar separar essa questão de analogia à escravidão, porque para a Federarroz essa situação não existe”, diz ele.
De acordo com Velho, a entidade não contesta que algumas orientações exigidas na cultura de arroz não estavam sendo seguidas nos casos apontados pela denúncia. “A maneira correta de se fazer todos os manejos, na aplicação de defensivos agrícolas, uso de equipamento de proteção individual por parte dos colaboradores”, exemplifica.
“Temos que obedecer essas normas e trazer segurança a quem trabalha na cultura do arroz, e deixar bem clara a necessidade disso para que fatos como esses não voltem a se repetir”, afirma.
O presidente da Federarroz lembra que a cultura emprega quatro vezes mais mão de obra do que a da soja, por exemplo.
“Precisamos de um funcionário para cada 50 hectares, e isso traz junto a responsabilidade de cumprir as normas trabalhistas e, consequentemente, trazer também segurança aos trabalhadores e a um produto reconhecido pela Anvisa como livre de resíduos e exportado para mais de 50 países”, diz Velho.
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