Em dezembro, as principais lideranças mundiais vão se reunir na Dinamarca para reafirmar o compromisso assumido no Protocolo de Kyoto, acordo internacional para reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera. O Brasil quer aproveitar o encontro para mostrar que está empenhado na causa. O governo deve pedir o reconhecimento do sistema de plantio direto, adotado há trinta anos por agricultores de todo o país.
? Na realidade, o nosso setor agropecuário já proporciona uma mitigação de gases do efeito estufa nos últimos anos. Então estamos não só querendo que essa negociação seja adicionada daqui pra frente, mas que também seja contabilizado aquilo que a gente deixou de emitir em relação ao período anterior ? afirma o presidente da Câmara da Agricultura Sustentável e Irrigação, Ivo Melo.
Os produtores brasileiros querem o mesmo tratamento que é dado, por exemplo, aos agricultores da França e do Canadá. Desde que foi assinado o Protocolo de Kioto, eles recebem incentivos financeiros por utilizarem o sistema de plantio direto, que não degrada o solo.
? Existe uma tendência a não aceitar novamente remunerar os serviços ambientais prestados pelos agricultores de países em desenvolvimento, como o Brasil, exatamente pelo fato de que isso vai tornar mais competitivo os produtos do nosso agronegócio.