Randazzo recordou que esse será o nono locaute dos produtores rurais para protestar contra as políticas do governo para a agropecuária.
? O governo não merece que o setor tenha feito nove paralisações, quando foi o mais favorecido pelas políticas do governo ? queixou-se, em entrevista a rádios de Buenos Aires.
Nos últimos anos, o agronegócio foi um dos principais motores da economia argentina, mas o setor alega que isso só foi possível graças aos preços internacionais e ao cenário externo.
Os ruralistas acusam o governo de limitar seus lucros com medidas como cotas e elevadas alíquotas de exportação, além de interferências no mercado, medidas que reduzem os preços pagos ao produtor.
? O governo tem uma política para que o setor produtivo seja rentável ? afirmou Randazzo.
Ele citou as intervenções no câmbio, por meio do Banco Central, para manter a relação das moedas ao redor de quatro pesos por dólar.
? Do contrário, hoje a moeda estaria a 1,67 por dólar e a atividade seria menos rentável ? avaliou.
O ministro disse ainda que o valor da terra na Argentina aumentou de US$ 2 mil por hectare, em 2002, para US$ 20 mil, atualmente.
O locaute ruralista foi anunciado na última quarta-feira, após reunião entre as entidades e o ministro de Agricultura, Julián Domínguez. A medida foi uma resposta à decisão do governo de não liberar totalmente a exportação para milho e trigo. Os líderes das entidades representativas denunciam que ao autorizar as vendas externas “a conta-gotas”, o governo elimina a concorrência pelo produto, os preços ao produtor se deprimem e só beneficiam os exportadores e os moageiros.
Antes da reunião, Domínguez divulgou a liberação da totalidade do saldo exportável de trigo, do qual quatro milhões de toneladas já haviam sido liberadas. Na nota divulgada à imprensa, o ministro não detalhou que a liberação seria progressiva: três milhões de toneladas nesta semana e um milhão na próxima.