A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nessa quinta-feira, 10, que a decisão do governo de retirar a tarifa de importação de 400 mil toneladas de arroz de fora do Mercosul até 31 de dezembro tem como finalidade criar uma reserva técnica, como forma de garantir o abastecimento interno. A afirmação foi feita durante entrevista à Rádio Gaúcha.
Segundo a ministra, a chegada desse produto ao mercado interno não é imediata, já que as origens desse produto devem ser Estados Unidos e Tailândia. “A limitação de volume e data tem como objetivo também não prejudicar o plantio e a colheita da próxima safra, tentando não prejudicar a recuperação prevista na produção”, alertou Cristina.
A ministra lembrou que é um ano de recuperação dos preços para os arrozeiros, após anos sem resultado positivo e frisou que há uma alta generalizada nos preços dos alimentos no mundo, não só do arroz.
Tereza Cristina reiterou que o Brasil colheu uma safra recorde de grãos em 2019/2020 e que não há risco de desabastecimento. “O que está ocorrendo é um ajuste nos preços, o que é normal para o setor. Estamos em um momento de transição. Os preços vão se acomodar e não existe risco de faltar produto”, reiterou a ministra.
A ministra disse que o auxílio emergencial concedido pelo governo para amenizar os efeitos do coronavírus fez com que as pessoas comprassem mais e isso também ajudou a sustentar os preços dos alimentos, como arroz, feijão e óleo de soja. Segundo ela, o país exportou muito, mas há produto suficiente para ser fornecido à população. Sobre os preços, ela disse que “estes não podem ser abusivos, mas também têm que ser suficientemente remuneradores para não desmotivar o produtor, resultando em escassez futura”.