Instituto Internacional de Pesquisa de Arroz pede que produtores reduzam o uso de pesticidas

Irri descobriu que defensivos reduziram número de insetos predatórios e aranhas que se alimentam dos planthoppers, uma das mais destrutivas pragas do cerealProdutores de arroz devem reduzir o uso de defensivos que matam os predadores naturais do inseto conhecido como planthopper, uma das mais destrutivas pragas do cereal, revelou nesta sexta, dia 16, o Instituto Internacional de Pesquisa de Arroz (Irri, na sigla em inglês).

A entidade ajudou a lançar na década de 1970 a “Revolução Verde” na agricultura, tirando milhares de asiáticos da pobreza por meio do uso pesado de pesticidas. No entanto, o instituto agora defende uma abordagem mais amigável ao meio ambiente.

O Irri descobriu que os defensivos e a falta de diversidade ecológica nas fazendas produtoras de arroz reduziram os insetos predatórios e as aranhas que se alimentam dos planthoppers.

– Combater os surtos da praga requer promover a diversidade dos inimigos naturais do planthopper e reduzir o uso de pesticidas – informou o órgão em um comunicado.

Muitas criaturas predadoras dos planthoppers são mortas inadvertidamente, quando os defensivos são usados em excesso, segundo o Irri. O instituto também alertou para a necessidade de se diversificar os tipos de arroz que estão sendo semeadas na Ásia, principal região produtora e consumidora do cereal no mundo.

O cultivo de três safras por ano ou o uso das mesmas variedades de arroz por um longo período pode levar as pragas a se adaptar e se multiplicar, de acordo com o órgão.

Com suporte do Irri, a Tailândia proibiu a aplicação de dois pesticidas – abamectin e cypermethrin – nas lavouras de arroz há três meses, pois o uso indevido deles desencadeou um grande surto de planthoppers.

O Vietnã também começou a plantar flores em março perto de arrozais na província de An Giang para alimentar os predadores do inseto, informou o instituto.

– Precisamos repensar seriamente nossas atuais estratégias de gestão de pragas, para não apenas lidarmos com os surtos atuais, mas preveni-los e administrá-los efetivamente no longo prazo – acrescentou o Irri.