A declaração foi feita nesta sexta, dia 03, em Governador Valadares (MG), no lançamento do programa CNA em Campo. Em entrevista coletiva, ela defendeu mais investimentos em hidrovias e ferrovias para facilitar o escoamento da produção agrícola.
? Os investimentos em ferrovias não chegam a 3% do PIB e em hidrovias é menos de 1%. Temos vários rios mississipis e temos que aproveitar esta condição ? afirmou a senadora, fazendo alusão ao rio norte-americano, que é de grande importância para e economia dos Estados Unidos.
Na visão da senadora, o agronegócio brasileiro poderia crescer ainda mais se o país contasse com uma malha de hidrovias e ferrovias mais eficaz. Kátia falou também sobre a necessidade de ampliar a capacidade dos portos para atender à movimentação de cargas que chegam aos terminais.
? O fluxo de produtos que entram e saem dos portos cresce 12% ao ano. Se continuar neste ritmo, vamos precisar de um novo Brasil portuário daqui a 10 anos ? alertou.
Outro ponto abordado pela presidente da CNA foi a necessidade de reestruturação do modelo de crédito rural para facilitar o financiamento ao produtor. Segundo ela, o produtor está com o limite de crédito comprometido e enfrenta elevados riscos de inadimplência nos bancos, em razão das sucessivas renegociações de dívidas rurais, o que se tornou barreira para novos financiamentos.
Diante deste cenário, Kátia Abreu acrescentou que a safra 2009/2010 se tornou motivo de preocupação.
? Não importa o volume de recursos para a safra. O que precisamos é reduzir os níveis de risco dos produtores ? explicou.
Pela regra aplicada atualmente pelos bancos, estes níveis de risco variam do AA (mínimo) a H (máximo). Quanto mais alto o risco, maior é a dificuldade para novos financiamentos. Segundo Kátia, a principal reclamação dos produtores é que, ao renegociarem seus contratos, eles têm seus riscos elevados pelas instituições financeiras.
A senadora também observou que CNA, governo federal e representantes da agroindústria discutem a elaboração de um novo modelo de defesa agropecuária.
? Somos respeitados no mundo pela nossa capacidade de produção, mas não temos este mesmo respeito nas questões sanitárias. Precisamos formar um sistema que agrade ao nosso principal cliente, que é o brasileiro, que consome 80% do que produzimos e ao mesmo tempo temos de satisfazer as exigências do mercado internacional ? enfatizou.
A presidente da Confederação também criticou a alta carga tributária imposta à cadeia de alimentos, que chega a 16,%.
? Na média mundial, este índice chega a 5% ? afirmou Kátia.