Filho de cafeicultores paulistas, Roberto Barros chegou ao norte do Paraná com três anos de idade. Na terra roxa viu o café do Estado atingir 28 milhões de sacas na década de 1960, um terço da produção mundial da época.
A marca do café ainda está pela cidade, como no Cine-Teatro Ouro Verde. O produto, que rendia uma bebida mole e “de primeira”, segundo Barros, permitia o plantio consorciado de outras culturas e uma vida de fartura.
O município foi instalado em 10 de dezembro de 1934, quando o café começava a aquecer a economia da cidade. Foram três décadas de sucesso com o produto, tanto que Londrina ficou conhecida como a Capital Mundial do Café. Mas, em 1975, uma grande geada, chamada “negra” pela sua extensão, dizimou os cafezais da cidade e região. Era hora de inovar, e os londrinenses buscaram o desenvolvimento de outros setores.
Hoje, a prestação de serviços e as universidades ditam o rumo de Londrina. Segundo a Secretaria de Planejamento do município, são quase 500 mil habitantes, uma frota de 220 mil veículos e um movimento de 600 mil passageiros por ano no aeroporto. Ainda assim, a agropecuária mantém sua força.
O campo tem 3,2 mil estabelecimentos rurais, 80% na agricultura familiar. O problema são as estradas que, segundo o secretário de Agricultura do município, Nilson Ladeia Carvalho, têm dificuldades de manutenção devido ao tamanho: os oito distritos de Londrina têm mais de 2 mil quilômetros de rodovias. Carvalho lembra, no entanto, que, apesar disto, a população no campo aumentou, ao contrário do que acontece no restante do país.