Mantega garantiu que todo o que é possível vem sendo feito. Citou, entre as medidas, os aumentos da taxa de juros e um controle maior sobre a oferta de crédito, para evitar o que chama de “crescimento exagerado”. Ele ressaltou, porém, que as medidas a serem adotadas serão regradas para não comprometerem o crescimento da economia.
? Não vamos exagerar na dose. Temos um problema, uma doença. E temos de dar a dose certa apenas para debelar a doença, porém não vamos matar o paciente ? garantiu Mantega, que ressaltou a autonomia do Banco Central e disse não acreditar em redução dos juros até que a inflação esteja mais próxima do centro da meta do governo, que é de 4,5%
O ministro da Fazenda destacou que todos os índices apontam para uma desaceleração da inflação no país, cuja alta foi motivada, segundo ele, pelo aumento nos preços de alimentos. Mantega descartou que a entrada do 13º salário no mercado possa causar novas pressões sobre os índices de preços. Para ele, a economia está preparada para suportar um aumento no consumo.
? Tem mais produto do que demanda. É verdadeiro para vários setores. Não vejo setor em que está faltando, exatamente, um produto. Há uma oferta generalizada de bens. A economia brasileira está preparada para um consumo maior de fim de ano.
Mantega destacou que o Brasil foi um dos países menos afetados pela crise financeira iniciada pelos problemas no sistema de crédito imobiliário dos Estados Unidos. Segundo ele, a resistência brasileira está amparada nas reservas internacionais, atualmente em cerca de US$ 200 bilhões e à política fiscal do governo, que classificou como sólida.
? Estamos cortando gastos de custeio e viabilizando os investimentos que o Estado faz e que são importantes para criar a infra-estrutura necessária para permitir a manutenção do crescimento.
Mantega acrescentou que o nível de investimentos no Brasil, por agentes internos e externos, têm crescido anualmente no país. E garantiu que o crescimento da economia continuará, apesar da crise internacional.
Mantega disse também que as mudanças nas taxas do Imposto de Renda só entrarão em vigor depois da aprovação da Reforma Tributária. Ele mencionou como uma importante alteração nas regras do tributo a eliminação da chamada declaração de isento, que era feita por cerca de 60 milhões de contribuintes.
? O projeto de Reforma Tributária está em tramitação no Congresso e vai simplificar a vida dos contribuintes, de modo a diminuir o número de impostos ? garantiu o ministro da Fazenda.