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Moeda chinesa reordenará economia, afirma Meirelles

Para presidente do BC, medida pode dar maior competitividade ao setor exportador brasileiroO presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, avaliou nessa segunda, dia 21, em Porto Alegre (RS), que a flexibilização da moeda chinesa poderá ter reflexos positivos na restauração do equilíbrio global. Meirelles destacou também a estabilidade econômica brasileira como fator de competitividade para as empresas exportadoras. A apreciação do yuan em relação ao dólar foi anunciada pelo governo da China no fim de semana.

O presidente do BC afirmou que a mudança é positiva, mas também deve-se ter cautela:

? O importante nesse momento é aguardar e observar. Mas (a medida) traz otimismo para o setor exportador (brasileiro), que pode ficar cada vez mais competitivo ? analisou durante compromissos na Capital gaúcha.

Conforme Meirelles, o grande desequilíbrio atual é entre países que têm excesso de consumo, como os Estados Unidos, e os de baixo consumo, caso da China e outros emergentes. Mas será preciso verificar desdobramentos, como comportamento dos mercados, a própria apreciação da moeda chinesa e o seu grau de flexibilização.

? A China está dando um passo importante na direção (de reequilíbrio), de apreciação gradual da moeda chinesa ? disse.

Durante a visita ao Sul, Henrique Meirelles ressaltou ainda a importância da estabilidade econômica do país. Lembrou que a segurança permite o planejamento de longo prazo.

? Estamos vivendo um momento que substitui décadas em que o Brasil tentava reinventar a ciência econômica com experiências exóticas de impacto negativo ? ressaltou.

Henrique Meirelles ainda falou que a taxa de juro real e nominal tem recuado na média dos últimos sete anos porque a inflação tem se mantido na meta. E salientou a importância de segurar os preços:

? Dá maior previsibilidade, aumenta o horizonte de planejamento, diminui os riscos, eleva as taxas de retorno para os investimentos e diminui a taxa de juros, porque todos os fundamentos da economia estão sólidos.

Meirelles, que viaja nesta quarta para a Europa, onde se reunirá com presidentes de bancos centrais na Basileia, frisou que o país tem condições de enfrentar a turbulência econômica do velho continente:

? Crises não são boas para ninguém, mas o Brasil está preparado.

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