? Só retomaremos o trânsito sob duas condições ? declarou o presidente russo, Dmitri Medvedev, que reiterou que a Rússia tinha interrompido o fornecimento porque as autoridades ucranianas desviavam o combustível destinado aos consumidores europeus.
A primeira condição “é a existência de um documento assinado por todas as partes e cujo texto corresponda com o que foi preparado, pactuado e assinado pela parte russa”, declarou Medvedev em alusão a possíveis modificações do conteúdo por Kiev.
Durante uma reunião televisionada com o vice-primeiro-ministro Igor Sechin, Medvedev acrescentou que a segunda condição “é a presença de observadores em todos os locais nos quais será realizado o controle: nas fronteiras da Ucrânia e em seus depósitos subterrâneos de gás”.
A declaração do chefe do Kremlin acontece várias horas após a primeira-ministra ucraniana, Yulia Timoshenko, anunciar em Kiev a assinatura do documento, já assinado pela Rússia e pela União Européia (UE), em encontro com o primeiro-ministro tcheco, Mirek Topolanek.
? O gás começará a chegar logo que todos os observadores se encontrarem nas instalações. Acho que isto acontecerá em cerca de 36 horas ? disse Topolanek, cujo país preside este semestre a UE.
Após a assinatura do protocolo, deve começar o posicionamento de observadores nas estações de bombeamento russas, ucranianas e dos países fronteiriços da Europa do Leste que deverão controlar a entrada do gás russo na Ucrânia e sua saída em direção à Europa.
No entanto, o consórcio russo Gazprom afirma que ainda não recebeu o documento assinado pela parte ucraniana e Sechin confirmou que às 11h (horário de Brasília) o governo russo ainda não havia recebido o texto assinado em Kiev.
Medvedev foi além e advertiu que, caso os grupos de monitores detectem novos desvios de gás na Ucrânia, a Rússia voltará a reduzir ou inclusive cortar totalmente o fornecimento de combustível para a Europa pelo território ucraniano.