Nesse período, o fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) apresentou saída de US$ 1,731 bilhão, enquanto, por meio do segmento comercial (fechamento de câmbio para exportações e importações), deixaram o país US$ 1,199 bilhão.
No mês passado, o saldo negativo da conta-corrente, que é o registro das operações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior, de US$ 5,180 bilhões, foi o maior resultado para o período da série histórica do BC, iniciada em 1947. O déficit do primeiro semestre, de US$ 23,762 bilhões, também foi recorde.
Em junho, foram registradas remessas de lucros e dividendos de US$ 4,156 bilhões, o maior resultado para o período da série histórica do BC. No primeiro semestre, o total chegou a US$ 14,967 bilhões.
Para Lopes, o aumento das remessas “está em linha com o estoque do investimento estrangeiro direto [que vai para o setor produtivo da economia] e em carteira [ações e títulos de renda fixa]”. Uma vez que os estrangeiros estão investindo no Brasil, há aumento das remessas ao exterior.
Segundo Lopes, o aumento do déficit em transações correntes também é explicado pelo saldo negativo das viagens internacionais (receitas de estrangeiros em viagens ao Brasil menos despesas de brasileiros no exterior), que ficou em US$ 909 milhões, em junho deste ano, e em US$ 4,109 bilhões, no primeiro semestre.
Outro fator citado por Lopes são os gastos com aluguel de equipamentos, que tiveram saldo (receitas menos despesas) negativo de US$ 1,156 bilhão, no mês passado, e de US$ 6,174 bilhões nos seis primeiros meses do ano. Também contribuíram para o déficit em transações correntes o saldo negativo da conta de transportes de US$ 630 milhões, em junho, e de US$ 2,925 bilhões no primeiro semestre do ano.
Lopes também informou que as compras de dólares no mercado à vista elevaram as reservas internacionais US$ 822 milhões neste mês, até o dia 22.