O objetivo foi desbaratar uma quadrilha que fraudava licitações de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. A ação, batizada de João-de-Barro, teve início às 6h em sete Estados e no Distrito Federal.
A PF tem indícios da participação de dois deputados federais no esquema e pediu a prisão de 31 prefeitos. Até as 21h dessa sexta, os agentes haviam cumprido 26 dos 38 mandados de prisão temporária já expedidos pela Justiça.
Entre os alvos dos 231 mandados de busca e apreensão, estão 114 prefeituras de Minas Gerais e outras cinco de Rio, Espírito Santo e Tocantins. Foram ocupadas e fechadas por agentes da PF as prefeituras de Contagem, Nova Lima, Dom Joaquim, Jaboticatubas, Divinópolis, Itaúna e Juiz de Fora, em Minas.
Segundo a PF, o desvio atingia as chamadas transferências voluntárias. Assim são chamados os recursos financeiros repassados pela União a Estados, municípios e Distrito Federal em razão de convênios ou empréstimos concedidos pela Caixa Econômica Federal e BNDES. Parte significativa dessas transferências se destina a custear obras que integram o PAC. Essa verba não sofrerá a restrição de repasse que atinge outras transferências em ano eleitoral. O nome da operação se refere às casas construídas, que seriam tão frágeis quanto um ninho de joão-de-barro.
Com autorização do Supremo Tribunal Federal, houve buscas nos gabinetes dos deputados João Magalhães (PMDB-MG) e Ademir Camilo (PDT-MG), na Câmara, em Brasília.