Os preços internacionais do arroz e do trigo devem permanecer sob pressão baixista no curto prazo em virtude dos grandes estoques globais e da fraca demanda. Ao mesmo tempo, o menor custo da ração deve resultar em um maior número de animais em granjas, de acordo com um documento divulgado nesta segunda, dia 4, pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em relatório sobre as perspectivas 2016-2025 para o setor agrícola no mundo.
Os preços do trigo e do arroz têm tido desempenhos abaixo do mercado, por causa de estoques amplos e menor demanda. Os preços de referência do trigo estão projetados em uma média de US$ 211,70 a tonelada em 2017, abaixo do preço médio previsto para este ano de US$ 216,50 a tonelada, segundo as organizações.
O arroz produzido pela Tailândia deve ter uma cotação média de US$ 407,60 a tonelada no próximo ano, ligeiramente superior aos US$ 399,60/t previsto para 2016. Os preços dos grãos – que incluem outros cereais normalmente utilizados para alimentação animal ou fabricação de cerveja – também devem ficar pressionados no curto prazo, de acordo com o relatório.
Os destaques de produtos em alta são os suínos, por causa de uma escassez do produto na China, e do açúcar, que tem experimentado um declínio da produção em virtude dos efeitos das condições climáticas intempestivas. No entanto, os preços da carne podem vir a recuar no curto prazo com produtores respondendo a baixa dos preços dos grãos para alimentação animal e aumentando a oferta de aves e suínos no mercado, de acordo com o relatório.
Já para o algodão os preços devem recuar e estão 4% mais baixo do que há 12 meses. “Os estoques mundiais do algodão atingiram mais de 80% do consumo anual. Em virtude deste atual excesso de oferta no mercado, os preços são projetados para diminuir entre 2016 e 2018”, disse o relatório, mas depois disso, preços mais elevados deve ser visto.
Lácteos
A demanda per capita de lácteos em países em desenvolvimento deve crescer significativamente no médio prazo, sustentada pelo aumento do poder aquisitivo desta população e também pela queda dos preços globais dos derivados do leite, abaixo dos picos de 2013, afirma o relatório.
“Um forte aumento do consumo é esperado em diversos mercados no Oriente Médio e na Ásia, incluindo Arábia Saudita, Egito, Irã e Indonésia, com o consumo per capita de lácteos crescendo entre 0,8% a 1,7% por ano”, afirma o coumento.
Ainda de acordo com os dados, o consumo nos países desenvolvidos deve crescer anualmente cerca de 0,5% para os lácteos frescos e 1,1% para leite em pó desnatado.
Paralelamente, a produção mundial de leite deve aumentar em 23% até 2025, em comparação com a produção média entre os anos de 2013 e 2015.