Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice, devido a sua importância na ponderação dos produtos, o IqPR cai para 0,42%, mas o IqPR-V (cálculo somente dos produtos vegetais) eleva-se para 4,43%. As pressões dos aumentos dos preços das commodities internacionais, ainda que com câmbio valorizado, impactam os preços internos mesmo com a perspectiva de recorde na safra nacional de grãos e fibras.
Os produtos do IqPR que registraram maiores altas na primeira quadrissemana de fevereiro, em comparação com o período anterior foram: tomate (38,35%), laranja para mesa (14,04%), café (8,93%) e ovos (5,67%).
No caso do tomate, numa situação de demanda aquecida e safra menor, as chuvas continuadas geraram perdas de colheita, com impacto conjuntural no abastecimento do produto, elevando seus preços.
Os preços da laranja de mesa refletem o impacto da demanda típica do verão sobre o consumo de sucos naturais, numa conjuntura em que a oferta está dada e dimensionada como safra de menor oferta. Além disso, há a pressão da entressafra fisiológica da planta ofertando menor quantidade de frutas.
No caso do café, os preços desta commodity se elevam devido às pressões da demanda internacional e aos menores estoques mundiais. No mercado interno cresceu de forma importante o consumo de café, inclusive de cafés de melhor qualidade, com impacto nos preços.
Na produção de ovos verifica-se a menor oferta num ajuste desproporcional em decorrência da conjuntura anterior de preços baixos associada à pressão de demanda, em especial pela agroindústria de massas alimentícias e de panificação e confeitaria com a proximidade da páscoa e incremento do consumo.
Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços na primeira quadrissemana de fevereiro foram: banana (34,81%), carne suína (16,23%), arroz (11,41%), carne de frango (6,81%) e feijão (4,06%).
No caso da banana o clima quente e chuvoso acelera a oferta ao mesmo tempo em que os consumidores passam a preferir as frutas de geladeira, também com oferta abundante e diversificada no verão, provocando a redução do preço do produto.
A queda de preços da carne suína é influenciada pela retração do consumo, em relação ao período de festa do final do ano, comportamento típico nesta época do ano, associada ao incremento da oferta das demais carnes e à queda dos preços das proteínas animais em geral.
No arroz, a colheita da safra brasileira com entrada de maior volume de produto indica o começo de ciclo de queda dos preços dos produtos cuja importação vem sendo barateada pela valorização cambial e oferta significativa do mercado internacional.
Na carne de frango, como nas demais carnes, a oferta mais abundante e a pressão cambial que tornam mais atrativas as vendas no mercado interno, pressionaram os preços para baixo, além de que as carnes em geral tiveram preços cadentes.
No caso do feijão, cujos preços estão abaixo dos custos de produção, continua a vigorar a pressão da significativa concentração da oferta em função da colheita da safra das águas, cujo plantio havia atrasado em razão da seca no segundo semestre de 2010. O atraso teve como corolário a concentração da oferta num mesmo período.
Na primeira quadrissemana de fevereiro de 2011, 10 produtos apresentaram alta de preços (nove de origem vegetal e um de origem animal) e oito apresentaram queda (três de origem vegetal e cinco de origem animal).