A doença, que pode destruir até 80% de uma lavoura de soja, foi descoberta em uma propriedade em Júlio de Castilhos. Dos 800 hectares, uma pequena parte é usada especialmente para monitorar o fungo. A soja é plantada 30 dias antes do período normal e acompanhada por um laboratório vinculado à Embrapa.
Segundo os pesquisadores, o primeiro foco da doença serve de alerta para os produtores. Quanto mais cedo se detecta o fungo, maiores são as chances de combatê-lo e evitar perdas na produção.
Mesmo que a ferrugem asiática tenha sido encontrada numa área armadilha, é importante agir logo porque o fungo se espalha pelo ar.
? A partir da ocorrência da doença, seja no estágio vegetativo ou reprodutivo, é preciso fazer a neutralização do fungo, com a aplicação dos fungicidas corretos ? diz o mestre em fitopatologia e engenheiro agrônomo Mauro Ugalde.
Para evitar problemas, o agricultor seguiu a orientação.
? A prevenção sempre é mais barata ? diz o produtor Rafael Jobim.
No ano passado, o Rio Grande do Sul registrou 405 casos de ferrugem asiática, sendo 18 só em Júlio de Castilhos. Calor e umidade facilitam o surgimento da doença. Além do monitoramento, uma novidade pode ajudar os produtores. Pesquisadores da Fundacep, de Cruz Alta, estão multiplicando a primeira variedade de soja transgênica do Brasil tolerante ao fungo.
? A base toda foi trazida da Ásia. E a partir de cruzamentos que nós fomos fazendo com as nossas cultivares, nós estamos chegando a essa cultivar tolerante a ferrugem ? conclui o pesquisador José Ruedell, da Fundacep.