Primeiro foco de ferrugem asiática de Santa Catarina é identificado

O momento é de cuidados para que a doença não tome conta das lavourasOs agricultores de Santa Catarina estão em alerta. Foi identificado no Estado o primeiro caso de ferrugem asiática na soja. O momento é de cuidados para que a doença não tome conta das lavouras.

A presença da ferrugem asiática foi identificada há 10 dias e só agora confirmada. As lesões encontradas na soja são muito parecidas com as de outras doenças de menor gravidade. Para ter certeza, os técnicos agrícolas usaram a tecnologia.
 
? É utilizada uma lupa que aumenta em até 200 vezes o tamanho da lesão e auxilia os técnicos e os agrônomos a fazer a identificação da doença ? afirma o agrônomo Leandro Feller.
 
O fungo foi encontrado em um canteiro experimental em uma propriedade de São Domingos (SC). Mesmo sendo uma pequena quantidade de soja, o perigo que a doença representa para as lavouras do Estado é grande. Depois de contaminada, a plantação é disseminada em 10 dias.
 
? É um fungo de alto potencial destrutivo, que se você não manejar precocemente, não trabalhar ela no controle preventivo, pode causar danos irreparáveis na soja, chegando assim a disseminar a lavoura. É uma doença terrível, que tem que ser identificada precocemente e trabalhada preventivamente ? diz o técnico agropecuário Claudenis Dallagnol.
 
Além disso, o grão não se desenvolve como deveria. Por isso, a produtividade é menor, acarretando prejuízos para o produtor. Na safra passada, 30% das lavouras de soja do oeste catarinense foram perdidas por causa da ferrugem.
 
O problema é que o fungo causador da ferrugem asiática é transportado pelo vento. Acredita-se que a doença que se manifestou possa ter vindo de lavouras do Paraguai e também do Paraná. O pior é que o grande volume de chuvas e o calor que tem feito nos últimos dias são condições perfeitas para a proliferação do fungo.
 
Os produtores da região estão preocupados com a doença na porta de casa. A propriedade do agricultor Ricardo Bigolin já foi atingida pela ferrugem, na safra de 2002, quando o fungo chegou por aqui. Desde então, todos os cuidados são tomados. Fungicidas já foram aplicados e o monitoramento é feito constantemente. Tudo para evitar novos prejuízos.

? Medo de perder todo o mundo tem. Os investimentos na cultura da soja são enormes, são muito grandes. Então nós precisamos muito do acompanhamento técnico, precisamos ter muita atenção à nossa cultura, ao nosso ganha-pão. Essas aplicações são muito importantes, a gente se preocupa muito porque a doença é realmente muito agressiva ? comenta o produtor.