Rio Grande do Sul, o maior produtor de arroz do Brasil, projeta uma redução de 7,8% na produção do cereal na safra 2022/2023 em comparação com a safra passada, segundo a estimativa do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
A estimativa do Irga para a safra 2022/2023 é que a produção gaúcha será de 7,1 milhões de toneladas de arroz.
A safra atual foi impactada pela diminuição da área semeada em 12% e pela estiagem, que causou a perda de 15.120 hectares, concentrando mais de 85% das perdas na Fronteira Oeste.
Pela terceira vez consecutiva, o fenômeno climático La Niña também influenciou a safra, reduzindo a frequência e o volume das precipitações no Rio Grande do Sul.
As regiões orizícolas Central, Campanha e Fronteira Oeste foram as mais atingidas, sendo a Fronteira Oeste a mais castigada.
De setembro a março, as precipitações e a umidade relativa do ar foram abaixo da média, e a radiação solar e a temperatura ficaram acima da média no Estado. Esses fatores resultaram em evaporação bem acima da média nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, principalmente.
Apesar dos desafios enfrentados pela safra atual, há regiões com altas produtividades, minimizando os problemas climáticos.
A semeadura na época recomendada, o aumento de área em rotação/sucessão de culturas e o uso de cultivares de alto potencial produtivo, com destaque para IRGA 424 RI semeada em 54% da área orizícola do Estado, estão garantindo uma produção suficiente para abastecer o mercado interno.
O presidente do Irga, Rodrigo Machado, destaca que os elevados índices alcançados de produtividade estão mantendo abastecido o mercado consumidor, apesar da redução de área plantada e dos efeitos da estiagem. Ele afirma que esses índices refletem a qualificação e evolução da lavoura gaúcha, fruto do trabalho dos produtores e da pesquisa e extensão desenvolvida pelo Irga que ano após ano garantem arroz no prato do brasileiro.
O conselheiro Fernando Osório, integrante da Comissão de Mercado do Irga, afasta a possibilidade de ocorrer desabastecimento, mesmo com a redução de produção estimada pelo instituto. Ele comenta que a produção está próxima ao consumo, e a projeção de exportação e importação é equivalente, logo o estoque de passagem está normal, semelhante ao da safra anterior.