Na avaliação do presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, apesar de ter começado com atraso, o plantio está sendo concluído dentro do período recomendado para o cultivo da oleaginosa. Ele observa que os produtores estão atentos aos riscos inerentes aos anos de influência do La Niña, como chuvas durante a colheita e possibilidade de maior incidência da ferrugem.
Silveira afirma que as consequências do atraso do plantio já mensuradas serão a menor disponibilidade de soja nas primeiras semanas de janeiro e a redução da janela para o plantio do milho, que é cultivado após a colheita da oleaginosa. Pelos cálculos do Imea, a oferta de soja em janeiro de 2011 ficará em 1 milhão de toneladas, volume bem abaixo das 4 milhões de toneladas ofertadas no início da colheita da safra passada.
O levantamento do Imea mostra que o plantio está mais avançado na região do médio-norte, que responde por 40% da área cultivada com soja em Mato Grosso. No médio-norte o plantio atingiu nesta semana 98,1% da área prevista, enquanto em igual período do ano passado já estava praticamente encerrado.
O Sudeste apresenta o maior atraso no plantio, por causa da irregularidade das chuvas no início de novembro. Na região foram plantados 91,8% da área, ritmo 7,3 pontos porcentuais inferior a igual período do ano passado. Em apenas dois municípios toda área de soja já foi semeada: Chapada dos Guimarães (25 mil hectares) e Santo Antônio do Leveger (13 mil hectares). Em Sorriso, maior produtor de soja de Mato Grosso, com 597 mil hectares cultivados nesta safra, o plantio atingiu 99% da área nesta semana.