As doenças que atingem os pomares, como o greening e o cancro cítrico são uma preocupação para os produtores. Eles têm de entregar, a cada semestre, um relatório de controle dividido em duas vistorias. São quatro inspeções por ano e o citricultor que tiver problemas pode contar com o seguro, mas muitos desconhecem que têm direito ao benefício.
O seguro, pioneiro no país, e lançado no ano passado, privilegia 93% das propriedades produtoras que tem até 43 mil pés de laranja. A partir de julho deste ano, quando vão ser entregues os relatórios do primeiro semestre de 2011, o valor das indenizações deve aumentar. Para o produtor que constatar greening, o limite pago passa de 3% para 5% do total de plantas arrancadas. O valor dobra de R$ 4 para R$ 8 por pé. Os pomares afetados com cancro cítrico continuam com o mesmo limite de 25% do total de árvores eliminadas e passa de R$ 19 para R$ 19,5.
A engenheira agrônoma do Escritório Regional de Defesa Agropecuária, de São José do Rio Preto, Geysa Pala Ruiz, conta que os relatórios demonstram que o greening está controlado no Estado, mas alerta que o cancro cítrico ainda não aparece nos documentos, por causa das restrições que acontecem nas propriedades atingidas pela doença
– Quando há cancro, a propriedade vai ficar interditada por dois anos após saneamento do foco, com certas restrições, como não vender frutos para fora do estado, por exemplo. O que acontece é que os produtores não entendem a importância do seguro, As árvores em um raio de 30 metros também devem ser arrancadas. E o seguro também indeniza essas plantas suspeitas nesse raio, não só as plantas contaminadas ? conclui.
A diretora do Grupo de Defesa Sanitária Vegetal, ligado à Secretaria de Agricultura, Lígia Vasconcellos Martucci, conta que a maioria dos produtores sabem da obrigatoriedade das inspeções do pomar, mas diz que antes de pensar no seguro, deve haver preocupação com o relatório de controle que, se não for entregue até o dia 15 de julho, estarão sujeitos a multas. Os valores variam de R$ 1,6 mil a R$ 20 mil.
? O produtor que não se enquadra, nós temos que aplicar a legislação e ele é autuado. É uma forma de ‘forçar’ o produtor a conduzir o controle dessas doenças. É muito importante que o produtor tenha conhecimento dessa campanha de combate ao greening e ao cancro e que também conheça este produto que a Secretaria de Agricultura oferece, que é o seguro citrícola ? avalia.
Para os citricultores, o relatório é útil para ajudar a acompanhar a sanidade do pomar. Por isso, eles não fazem apenas as duas vistorias obrigatórias e sim três por semestre, ou seja, seis revisões são feitas por ano. De acordo com os técnicos do CDA, os resultados se atribuem a uma maior conscientização do produtor e à adoção de boas práticas no controle das doenças citrícolas.