? Falei para o presidente que a área ambiental estava sendo muito agredida e disse que nossa situação estava com problemas de sustentabilidade ambiental. A área do meio ambiente tem que ser forte, senão cada um vai com sua machadinha lá querer desfigurar a área ambiental ? relatou Minc após conversa com Lula.
? Há ministros que combinam uma coisa aqui e depois vão ao Parlamento, cada um com sua machadinha, patrocinar emendas que esquartejavam e desfiguravam a legislação ambiental ? acrescentou o ministro.
Segundo ele, o presidente disse que pretende fortalecer a área ambiental e que está satisfeito com o seu trabalho à frente da pasta.
? Lula disse que iria chamar os ministros e que o que fosse combinado entre os ministros e ele não dava o direito de cada um, cada Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] da vida ir atrás de um deputado para desfazer tudo aquilo que tinha sido combinado aqui ? completou Minc.
O ministro reclamou também de empreendimentos que, na avaliação dele, agridem o meio ambiente, como o zoneamento ecológico da cana-de-açúcar e obras na BR-319, entre Cuiabá e Santarém (PA).
? Não sou favorável a essa estrada, licenciaria por uma determinação do governo sabendo o custo altíssimo que eu pagaria por isso. Expliquei que eu estava moralmente, eticamente impedido de dar qualquer licença que não cumprisse as condições do grupo de trabalho [que discutiu a construção da estrada] ? declarou.
Questionado se condicionou sua permanência no governo à paralisação das obras na BR-319, ele negou.
? Não condicionei a permanência no governo a absolutamente nada, o que eu disse foi que eu completei um ano [no cargo de ministo], servi lealmente ao presidente, resolvemos grandes imbróglios e que uma série de questões estavam tirando a sustentabilidade ambiental e política do ministério ? concluiu Carlos Minc.