Conforme a senadora, o crescimento econômico mundial vem exigindo cada vez mais terras para produção de alimentos e de biocombustíveis. Com aproximadamente 300 milhões de hectares de terras agricultáveis, o Brasil pode expandir fortemente sua produção e, por isso, se tornou alvo de estrangeiros.
De acordo com a reportagem do jornalista Lucio Vaz, do Correio Braziliense, apenas três famílias italianas e uma empresa agropecuária ocupam 79 mil hectares no município de Porto Alegre do Norte (MT), disse a senadora.
– Isso fere a nossa soberania e fragiliza a segurança nacional. Fica evidente que precisamos restringir urgentemente a legislação que possibilita essas compras. Um procurador federal já alertou que a China decidiu comprar terras na África e no Brasil e que eles querem adquirir 200 mil hectares nos estados do Tocantins, Maranhão e Piauí – sustentou.
Serys Slhessarenko lembrou que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já manifestou preocupação com o problema. Disse que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, chegou a afirmar a um jornal paulista que o governo vem preparando uma proposta de emenda à Constituição sobre o assunto, a ser enviada ao Congresso. A intenção seria exigir que empresas estrangeiras obtivessem autorização prévia do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para a compra de terras.
A procura de fazendas por estrangeiros, conforme a senadora, tem elevado o preço da terra. Em alguns casos, houve aumento de até 300% em poucos anos.
? Esse é um problema que precisamos começar a discutir. Porque uma coisa é o cidadão vir, comprar uma usina, comprar fábrica. Outra coisa é ele comprar a terra da fábrica, é ele comprar a terra da soja, é ele comprar a terra do minério ? disse a senadora, citando declaração do presidente Lula sobre o assunto.