Quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo, o Brasil sente no campo os impactos da turbulência econômica mundial. A Rússia, principal destino da carne brasileira, não só reduziu as importações de suínos como ampliou as compras dos Estados Unidos, principal concorrente nacional. As exportações, que até novembro chegavam a 270 mil toneladas, caíram 50%.
Os produtores reclamam da falta de empenho do governo brasileiro na busca de novos mercados e na manutenção dos já existentes. Além disso, as chuvas e a enchente em Santa Catarina, principal Estado produtor do país, também atrapalharam o desempenho do setor.
? Nós ainda tivemos esse fato grave, que destruiu o porto de Itajaí, nosso principal terminal de exportações. Isso já está sendo manejado com custos maiores ? explica o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Rubens Valentini.
Cautelosos quanto ao futuro das exportações, os suinocultores querem investir no mercado interno. Mas sabem que a tarefa não vai ser fácil, porque no Brasil são consumidos anualmente apenas 13 quilos de carne suína por habitante, entre processada e in natura.
Segundo o presidente da ABCS, a meta nós próximos três anos é aumentar o consumo de carne in natura em dois quilos por habitante. Para isso, o principal desafio é informar o consumidor brasileiro e mudar a percepção sobre o produto.
? Se você pergunta ao consumidor sobre carne suína ele fala em lombo, pernil e costelinha. Mas o suíno oferece uma centena de cortes. Tudo aquilo que é possível obter do boi se tem também do suíno ? diz Valentini.