Tesouro prevê superávit primário recorde em setembro

Resultado fiscal do mês deverá ser influenciado pela capitalização da PetrobrasO superávit primário do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), em setembro, será "o maior da história", disse nesta terça, dia 28, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Sem dar mais detalhes, ele lembrou que, até então, o recorde havia sido registrado em abril de 2008, quando ficou em R$ 16,7 bilhões. O superávit primário representa a economia para o pagamento dos juros da dívida pública.

O resultado fiscal de setembro será fortemente influenciado pela operação de capitalização da Petrobras e, por isso, o secretário não quis dar mais explicações. Ele lembrou que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estabelece restrições para comentários até que se encerre a operação.

O secretário reiterou o que já havia dito em outros meses que a meta fiscal seria cumprida, sem o uso de abatimentos das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

? Não é intenção do governo fazer abatimentos do PAC. O mercado tem direito de ter a opinião que quiser, mas se acha que nós não vamos cumprir a meta, está errado. Nós vamos cumprir, sem o uso de abatimento ? disse Augustin, que também rebateu as críticas de que a política fiscal tem se utilizado de manobras para melhorar seu desempenho.

? O mercado tem enxergado, na nossa forma de atuação, alguma especificidade, quando não há ? afirmou Augustin, que lembrou das receitas obtidas nos anos de 1998 a 2000, com as privatizações e concessões de telefonia, que renderam aos cofres do governo mais de R$ 24 bilhões.

? As receitas de concessão são usualmente utilizadas ? defendeu.

Sobre o resultado de janeiro a agosto, divulgado nesta segunda, o secretário classificou como “melhora substancial” o fato de o superávit ter subido em comparação com igual período de 2009, em cerca de R$ 6 bilhões. Em relação ao tamanho da economia, o resultado do governo central foi de 1,29% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 1,16% do PIB em relação ao mesmo período de 2009.