Umidade atrasa finalização do plantio de trigo no Rio Grande do Sul

Produtores têm dificuldade de colocar máquinas para trabalhar em solo impróprioDa área de 950 mil hectares de trigo prevista para este ano no Rio Grande do Sul, mais da metade já foi semeada. Em razão do excesso de umidade no solo, porém, muitos produtores gaúchos estão com dificuldades para finalizar o plantio em suas lavouras.

O índice de 52% da área de trigo plantada até a semana passada demonstra o atraso no plantio. Na mesma época de 2007, os produtores já tinham cultivado 57% da área total, que foi de 850 mil hectares.

De acordo com o assistente técnico estadual da Emater na cidade de Passo Fundo Ataides Jacobsen, a ocorrência de chuvas constantes fez com que os produtores tivessem que esperar para colocar tratores e plantadeiras na lavoura. Além de prejudicar a germinação do grão, a umidade excessiva não permite que o maquinário trabalhe da maneira adequada.

? Com mais dias de sol esta semana, a expectativa é de que o Estado chegue próximo aos 70% cultivados. Aí, estaremos dentro da média dos últimos anos ? disse Jacobsen.

Em algumas regiões, o zoneamento agrícola prevê que o plantio deve ser feito até o dia 30 de junho. Uma dessas é a da Emater de Ijuí, que abrange 46 municípios do noroeste do Rio Grande do Sul. Foram cultivados 80% da área de 250 mil hectares de trigo. Mas, segundo o assistente técnico regional Volnei Righi, o atraso não deve trazer problemas ao trigo.

Em sociedade com o pai e o irmão, Edésio Quaini, 44 anos, vai plantar este ano 300 hectares de trigo em Cruz Alta. Até o final desta semana, espera finalizar a semeadura de 250 hectares. Os outros 50 ficarão para a próxima semana, dentro da prática de escalonamento do plantio.

? Tivemos dificuldade com a umidade, mas para nós é bom que o plantio ocorra mais tarde. Assim, é menos provável que a geada provoque prejuízo depois ? disse Quaini.

O produtor espera rendimento de 35 sacas por hectare, bem acima das 20 sacas de média de 2007. O granizo foi a causa da quebra nos 150 hectares. No Rio Grande do Sul, se a produtividade média esperada de 1,8 mil quilos por hectare se confirmar, a produção total atingirá 1,78 milhão de toneladas.