Arrozeiros descumprem acordo e irrigam lavouras no Rio Grande do Sul

Captação da água do Rio dos Sinos deve ser suspensa sempre que o nível estiver baixoCerca de 450 mil pessoas de dois municípios do Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul, racionam água para o consumo em casa por causa da ausência de chuvas. Mesmo o rio apresentando níveis muito baixos em vários trechos, arrozeiros da região retiram a água destes locais para irrigar as lavouras. Os agricultores estariam descumprindo o acordo que prevê a suspensão da captação sempre que o nível do rio baixar.

Conforme órgãos ambientais, entre 10 e 15 milhões de litros são gastos para irrigar um hectare em quatro meses de plantio. O biólogo Jackson Muller afirma que o volume utilizado pelos produtores em um mês, daria para abastecer os 240 mil habitantes da cidade de Novo Hamburgo, no RS, durante 90 dias.

O Rio dos Sinos tem quase 200 quilômetros e abastece 32 municípios entre a região metropolitana de Porto Alegre e o litoral norte. Foram identificadas pelo Ministério Público 37 lavouras de arroz na parte alta do rio. Segundo a promotoria, apenas sete tem licença para operar.

A polêmica sobre os arrozeiros aumentou depois que prefeitos da região encaminharam ao governo do Estado um pedido para que o plantio do arroz seja proibido nas margens do rio a partir de 2016. Um acordo feito em 2005 entre os arrozeiros e o comitê que gerencia o Sinos determina que a captação seja suspensa sempre que o rio estiver em níveis críticos.