Para que os anseios se concretizem, o momento atual exigirá métodos de gestão, planejamento, além de decisões estratégicas e mecanismos de apoio do governo. A última safra se mostrou um desastre para os cerca de 18,5 mil produtores de 136 municípios gaúchos, que fazem do cereal a sua base econômica.
? Não existe uma única saída. No caso do arroz, o momento é de produzir um grão diferenciado, como por exemplo, o orgânico ? afirmou o coordenador do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural Estadual do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Rui Ragagnin, que participou sábado, dia 8, da 8ª Abertura do Plantio de Arroz 2011/2012, em Restinga Seca, na região central do RS.
Tanto para o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, representante da pasta no evento, quanto para o secretário estadual de Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, o cenário é positivo.
? Haverá um equilíbrio entre oferta e a procura, o que dará um valor real ao preço da saca ? destacou Mainardi durante a solenidade, coordenada pela Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz).
Mas foi a incerteza que levou o agricultor André Renato Lavall, de Restinga Seca, a repetir a estratégia de plantar menos arroz nesta safra. Destinará cem hectares para soja (área alternada com a pecuária a cada ano), e 180 hectares para o arroz. A redução é motivada, entre outros motivos, pela concorrência do Mercosul.
Segundo o Irga, a queda no plantio deve ficar entre 8% e 10% no Estado ? no período anterior, o total semeado foi de 1,18 milhão de hectares ? podendo chegar em algumas regiões a 15%. Quanto ao preço, a esperança dos arrozeiros é de que se mantenha na faixa de R$ 23,50 a saca de 50 quilos.