O argumento dos produtores é de que os mecanismos de apoio à comercialização já existentes não estão funcionando e desde fevereiro de 2007, o valor da saca de 50 quilos não atingia o patamar dos atuais R$ 19,26. O anúncio do lançamento de mais leilões de opção pública e privada por parte do governo federal não tranquilizou o mercado. Ainda que, por meio de contratos, os arrozeiros possam negociar com o governo 500 mil toneladas por R$ 29, os editais ainda não foram publicados.
Como os preços não estão reagindo, entidades e produtores pressionam por medidas “mais drásticas”. Na nova proposta defendida pela Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), o governo federal pagaria ao produtor a diferença entre o preço atual de mercado da saca e o preço meta estabelecido pelo mecanismo, de R$ 28.
Um dos líderes da comitiva no encontro com o presidente em exercício Michel Temer, Renato Rocha, presidente da Federarroz, diz que o projeto está sendo finalizado para depois ser encaminhado oficialmente para a União. A proposta inclui ainda a suspensão temporária das importações do Mercosul.
? Não adianta tirar do mercado milhares de toneladas e receber milhares do Mercosul ? afirma Pedro Neto, do Sindicato Rural de Itaqui.
Para o consultor da Safras & Cifras, Cilotér Iribarrem, os mecanismos anunciados pelo governo envolvem processos burocráticos:
? Um dos graves problemas é a falta de armazenagem cadastrada pelo governo, um dos requisitos para acesso ao principal mecanismo, o AGF ? acrescenta o consultor.