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Artigo: Estádio R2

Esse estádio marca o início de um período de rápido e constante acúmulo diário das taxas de matéria seca e de nutrientes pela planta

*Áureo Lantmann

Na minha segunda etapa da Expedição Soja Brasil, safra 2014/2015, estivemos nas localidades de Campo Verde, Nova Mutum, Santa Rita do Trivelato e Tangara da Serra, ambas no Mato Grosso.

• Leia ao artigo anterior: Qualidade das sementes

Encontramos varias lavouras de soja já no estádio R2. Flores abertas em um dos nós superiores da haste principal com a folha completamente desenvolvida. Nesta fase, a planta acumula somente 25% de sua matéria seca final e seus nutrientes, e atingiu aproximadamente 50% de sua altura final.

Esse estádio marca o início de um período de rápido e constante acúmulo diário das taxas de matéria seca e de nutrientes pela planta, que continuara até logo após o estádio R6. Se 50% de folhas forem perdidas no estádio R2, o rendimento será reduzido em aproximadamente 6%.

Neste estádio é normal já aparecerem nas lavouras percevejos de forma adulta. O controle deve ser iniciado quando forem encontrados dois percevejos adultos ou ninfas com mais de 0,5 cm por pano-de-batida. Em campos de produção de sementes, o nível deve ser reduzido para um percevejo por pano-de-batida.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) preconiza que as decisões para o controle das principais pragas que atacam a cultura da soja devem ser baseadas no nível populacional, número e tamanho dos insetos, na injúria causada e no estádio de desenvolvimento da soja.

As pragas ocorrem ao longo do ciclo de desenvolvimento da soja, sendo determinados períodos mais críticos em função da espécie da praga e da capacidade da planta em tolerar os danos causados. Por esta razão, o acompanhamento regular das lavouras com o monitoramento adequado dessas populações é de grande relevância, sendo as medidas de controle realizadas sempre que a densidade populacional ou a injúria causada atinja os níveis de ação preconizados pelo Programa de MIP-Soja.

Em situações adversas, como estresse hídrico e excesso de chuvas, outros fatores, como o porte das plantas, o tamanho da área e a disponibilidade de equipamentos na propriedade devem ser também considerados na tomada de decisão para a realização do controle dos insetos-pragas.

As aplicações para o controle dos percevejos antes do início do desenvolvimento de vagens (R3) não resultaram em melhoria da produtividade ou da qualidade dos grãos, e, também, não reduzem a densidade populacional de percevejos na fase crítica da soja ao dano da praga. Esta observação é muito importante, pois tem sido comum a aplicação de inseticidas para o controle de percevejos antes do surgimento de vagens.

*Áureo Lantmann é engenheiro agrônomo, foi pesquisador da Embrapa Soja e é consultor técnico do Soja Brasil desde a primeira edição, safra 2012/2013

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