O consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann, comenta sobre as suas impressões após participar da Caravana do projeto em Goiás
*Áureo Lantmann
O projeto Soja Brasil iniciou nesta safra 2014/2015 com mais uma atividade, além das já existentes como a expedição, os fóruns, os eventos de semeadura e colheita, o Momento Soja, e o Facebook do projeto, foi agora incorporada a Carreta do Canal Rural.
A Caravana do Projeto Soja Brasil tem como um dos objetivos criar um ambiente de discussão entre produtores de soja e consultores que acompanham a Caravana, sobre os problemas e possíveis soluções que normalmente acontecem durante a condução de lavouras de soja.
Na primeira edição da Caravana, entre os dias 19 a 22 de agosto, foram visitadas as localidades de Cristalina, Joviânia, Jatai e Mineiros, no Estado de Goiás. Em cada uma das localidades foi apresentado um relato sobre o que se observou com as expedições, de positivo e negativo quanto a forma técnica de condução de lavouras de soja, durante as duas ultimas safras em praticamente todas as regiões produtoras do Brasil.
Compareceram na Caravana perto de 110 agricultores. Alguns destes, e de forma espontânea, depois dos relatos, alegaram que a forma, o conjunto de procedimentos e com a disponibilidade das tecnologias atuais, o modelo de produção da soja estaria quase esgotado.
Percebi que o “esgotamento” não é unanime, pois ainda existe um grupo de agricultores satisfeitos com este “modelo”. 1) os que praticam rotação de culturas; 2) os que não se aventuraram na segunda safra de soja; 3) os que adotam a pratica do manejo integrado de pragas; 4) os que não se submetem a obedecer um “calendário” de procedimentos dito técnicos; 5) os que têm semeado a soja dentro da sua melhor época regional, sem grandes preocupações com o milho safrinha; 6) os que tentam amenizar os impactos das estiagem com solos devidamente cobertos com palha; 7) os que têm praticado um adubação por sistemas produtivos com a agricultura de precisão; 8) os que adotam o manejo de plantas daninhas na entressafra; 9) os que fazem a dessecação em pré-colheita no estádio R7 e não antes; 10) os que controlam doenças de soja mediante critérios técnicos.
Enfim, agricultores que tem assistência técnica descomprometida com calendários, mas sim com a gestão da propriedade, ainda tem êxito com o cultivo da soja.
*Áureo Lantmann é engenheiro agrônomo, foi pesquisador da Embrapa Soja e é consultor técnico do Soja Brasil desde a primeira edição, safra 2012/2013