O consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann, escreve sobre a praga que pode tirar até 45% da produtividade
Áureo Lantmann*
Durante a expedição do da segunda edição do Soja Brasil, safra 2013/2014, observamos, várias lavouras de soja com áreas comprometidas em função da presença de nematoides. Esse comprometimento pode levar a perdas no rendimento de até 45%.
Os fitonematoides são parasitas obrigatórios das plantas. Não se alimentam e nem se reproduzem na ausência de plantas vivas. Podem atingir populações elevadas em áreas cultivadas. A rotação de culturas tem grande influencia sobre a densidade dos fitonematoides e a adequada sucessão, ou rotação de culturas, é um importante fator no seu controle.
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A quantidade de lavouras de soja com presença de nematoides é grande e bem além da nossa expectativa, se consideramos que há um conjunto de informações e de tecnologias disponíveis para atenuar os danos promovidos por esse parasita.
As propostas de sucessão e rotação de culturas, aliadas às informações sobre as reações de determinadas cultivares de soja quanto aos nematoides, se praticadas pelos agricultores, asseguram o desenvolvimento pleno da soja sem qualquer dano produzido por esse parasita. Também, as condições de solo como, como compactação e pH elevado, favorecem a presença e o dano por nematoides.
Do conjunto de variedades indicadas para todas as regiões produtoras de soja no Brasil, mais de 50 % apresentam resistência ou moderada resistência as principais espécies de nematoides.
A sucessão de culturas soja e milho safrinha são ideais, para a permanência e aumento da população do nematoide das lesões Pratylenchus brachyurus e somente a Crotalaria spectabilis pode diminuir significativamente sua população.
O nematoide de galhas Heterodera glycines tem sua população atenuada com as espécies vegetais, aveia preta, milheto, nabo, milho, sorgo, algodão, girassol e braquiária ruziziensis.
Conclusão: a presença e consequentes danos na cultura da soja, promovidos por nematoides, não deveriam acontecer com tanta magnitude, se consideramos o conjunto de informações disponíveis para controle desse parasita.
*Áureo Lantmann é engenheiro agrônomo, foi pesquisador da Embrapa Soja e é consultor técnico do Soja Brasil desde a primeira edição, safra 2012/2013