Alguns problemas da safra são considerados normais e inevitáveis, mas tem um em especial que pode ser evitado: a má germinação. Para isso, é necessário uma boa semente
*Áureo Lantmann
Quase sempre no início da safra de soja até o estádio V1 sempre aparecem problemas. Pode-se dizer que são quase que normais. Uma planta crescendo menos que a outra, uma mais amarela, um ataque de vaguinha, falhas no stand. Mas nesse conjunto de problemas existe um que pode ser evitado. É a má germinação. Condição que, muitas vezes, depende da qualidade das sementes.
• Leia ao artigo anterior: A água no desenvolvimento da soja
Uma maneira de conhecer a qualidade do produto que se está adquirindo é consultando os documentos que atestam a qualidade das sementes, que são: o Boletim de Analises de Sementes; o Atestado de Origem Genética; o Certificado de Sementes ou o Termo de Conformidade das Sementes produzidas, que podem ser fornecidos pelo produtor ou comerciante das mesmas.
Esses documentos transcrevem as informações dos resultados oficiais de analises de sementes, que têm validade de seis meses, após a data de análise. Ao consultar esses documentos, o agricultor deve prestar atenção às informações referentes à germinação (%), pureza (%), material inerte (%), outras sementes (%).
Após a aquisição, as sementes são armazenadas na propriedade, até a época da semeadura. As sementes devem receber todos os cuidados necessários para permanecerem vivas e apresentarem boa germinação e emergência no campo. Elas precisam ser tratadas como seres vivos.
1) Armazenar as sementes em galpão bem ventilado, sobre estrados de madeira;
2) Não armazenar sementes juntamente com adubos ou com defensivos;
3) Dentro do armazém a temperatura não deve ultrapassar 25ºC e a umidade relativa não deve ultrapassar 70%.
O revestimento de sementes com polímeros tem atenuado os principais problemas referentes à qualidade de sementes. O método consiste na deposição de uma camada fina e uniforme de um polímero à superfície da semente, podendo ser utilizado juntamente com o tratamento químico e biológico.
Essa técnica também melhora a precisão de plantio, modificando o tamanho e o formato de sementes irregulares e, desta maneira, aumentar a plantabilidade das mesmas sem afetar o poder germinativo dessas.
Esse conjunto de informações pode assegurar o estabelecimento de um stand perfeito, ponto inicial para o bom desenvolvimento da soja.
*Áureo Lantmann é engenheiro agrônomo, foi pesquisador da Embrapa Soja e é consultor técnico do Soja Brasil desde a primeira edição, safra 2012/2013