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Artigo: Textura e adubação

É importante que a quantidade de adubo sejam definidas em função dos resultados de analises de solos e que se leve em consideração os níveis de fertilidade

*Áureo Lantmann

O gerenciamento de uma propriedade agrícola é atividade complexa. São dezenas de variáveis envolvidas, sendo algumas que podem ser controladas pelo produtor e outras que não possíveis controlar. Fato é que o descuido em qualquer etapa pode resultar em fracasso da atividade.

O cultivo da soja nesta safra deve se caracterizar alto custo de produção, com consequentes alternativas para reduzir o gasto sem que se comprometam os rendimentos. Adubação é o item mais caro no custo de produção da soja. Sendo assim, devem-se buscar todas as alternativas para a redução do custo deste item.

• Veja o artigo anterior: Capim-amargoso, descontrole biótico ou abiótico?

O sul do Mato Grosso do Sul apresenta uma diversidade de tipos de solos, com diferentes proporções de argila e areia, que determinam diferentes procedimentos de manejo, principalmente das adubações requeridas para as diversas culturas, permitindo que expressem seu potencial máximo econômico.

Nesta região, nós observamos vários agricultores quantificando as adubações, sem levar em conta características inerentes a cada tipo de solo, como a textura, por exemplo. A textura se refere à proporção das frações granulométricas de areia, silte e argila na massa do solo. Para fins de fertilidade, os limites de cada classe de textura têm como base o teor de argila.

É importante que as quantidades de adubo sejam definidas em função dos resultados de analises de solos e que se leve em consideração os níveis de fertilidade ajustados conforme as diferentes texturas dos solos.

A Tabela 01 apresenta a classificação de solos do cerrado, em função dos terrores de argila bem como algumas indicações a serem consideradas na definição e manejo das adubações.

Tabela 01. Classificação de solos segundo suas texturas.
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Classe textural % de argila Indicações de adubação fosfatada e potássica.
Arenosa < 15 Parcelamento de adubo potássio e menor quantidade de adubo fosfatado.
Média 16 a 35 Quantidades intermediarias de adubos fosfatados e potássicos em relação a solos arenoso e argilosos
Argilosa 36 a 60 Maiores quantidades de adubos fosfatados que os anteriores
Muito argilosa >61 Requerem maiores quantidades de adubos fosfatados que os anteriores
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Fonte: Adaptado de Prado (1991).

A adubação fosfatada normalmente é a mais necessária para a cultura da soja, uma vez que são necessários cerca de 15,4 kg/ha de P2 O5 para cada 1000 kg de grãos.

Conforme a textura dos solos, temos uma interpretação para os teores de fósforo e consequente indicação das quantidades de adubo fosfatado.

Tabela 02. Interpretação de analises de solo para indicação de adubação fosfatada para solos do cerrado.
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Teor de argila Muito baixo Baixo Médio Adequado Alto
% …………………………………..mg/dm3…………………………………………………..
≤15 0 a 6,0 6,1 a 12,0 12,1 a 18,0 18,1 a 25,0 >25,0
16 a 35 0 a 5,0 5,1 a 10,0 10,1 a 15,0 15,1 a 20,0 >20,0
36 a 60 0 a 3,0 3,1 a 5,0 5,1 a 8,0 8,1 a 12,0 >12,0
>60 0 a 2,0 2,1 a 3,0 3,1 a 4,0 4,1 a 6,0 >6,0
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Fonte: Adaptado de Sousa  & Lobato (2002)

A adubação fosfatada de semeadura, ou de base ou de manutenção, em solos do cerrado tem seu potencial máximo expressado em rendimentos de soja. Os teores no solo, sejam adequados ou altos, são dependentes das classes texturais.

Tabela 03. Quantidades de P2 O5 indicadas para soja manutenção em função da disponibilidade de P.
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Expectativa de rendimento P extraível
Adequado Alto
t/ha  ………………………….kg/ha de P2 O5 …………………………….
3,0 60 30
4,0 80 40
5,0 100 50
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Fonte: Adaptado de Sousa  & Lobato (2002)

É fundamental que numa safra como esta que o produtor leve em conta todo um conjunto de informações para a definição das quantidades de adubo. A textura dos solos é um item fundamental para maximizar os efeitos dos adubos.

*Áureo Lantmann é engenheiro agrônomo, foi pesquisador da Embrapa Soja e é consultor técnico do Soja Brasil desde a primeira edição, safra 2012/2013

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