Assembleia de credores da Cia da Albertina é suspensa novamente

Decisão faz com que segunda parcela do 13º salário de cerca de 650 funcionários seja atrasadaA assembleia de credores da Cia Albertina para avaliar a proposta de venda dos ativos agrícolas da companhia por R$ 180 milhões à LDC-SEV, realizada nesta terça, dia 20, foi novamente suspensa e será retomada em 48 horas, ou seja, na quinta, dia 22. Segundo o gerente-geral da Albertina, Fabiano Colussi, o adiamento ocorreu porque alguns credores solicitaram "ajustes finais" na proposta da LDC-SEV, braço sucroalcooleiro no Brasil da francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC).

Pela proposta, apresentada aos credores na semana passada, a LDC-SEV pagará R$ 20 milhões à vista e mais R$ 160 milhões em até 12 anos pelos ativos agrícolas da Albertina, companhia que está em recuperação judicial desde 2008. Na prática, a LDC-SEV firmará uma parceria de alienação desses ativos, semelhante a um arrendamento, por dois ciclos de cana. A companhia assumirá ainda os contratos de terceiros para o fornecimento de cana feitos com a Albertina.

Com a decisão pela suspensão da assembleia, a segunda parcela do 13º salário de cerca de 650 funcionários da usina, em Sertãozinho (SP), que deveria ser paga nesta terça, será atrasada.

– Haverá atraso. Espero que, no máximo, até quinta-feira, pois contávamos que com os R$ 20 milhões pudéssemos quitar a parcela de cerca de R$ 400 mil do 13º salário – disse Colussi.

Além dessa parcela, a companhia pagará ainda contas com os parceiros agrícolas e de refinanciamento de dívidas federais com o dinheiro previsto para ser injetado pela LDC-SEV, segundo Colussi.

A assembleia foi acompanhada por diversos sindicalistas que temem a demissão dos funcionários da unidade industrial, que não será negociada e provavelmente não terá cana para processar em 2012, caso o acordo seja firmado com a LDC-SEV.

– Está claro que a usina não assumirá os funcionários, já que não terá cana para moer -disse José Carlos Rullo, presidente do Sindicato dos Motoristas de Sertãozinho.

O prefeito de Sertãozinho, Nério Costa (PPS), apelou para o secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Davi Zaia, com quem se reuniu.

– Pedimos a interferência dele no processo, porque não gostaríamos de fechar a unidade produtora – disse Costa.

Já Colussi, da Albertina, tranquilizou os funcionários e garantiu, por enquanto, o emprego dos trabalhadores da usina.

– Não haverá demissões e ainda não há definição sobre o que será feito com a unidade industrial, caso o negócio com a LDC-SEV seja finalizado – disse executivo.

Entre as possíveis alternativas para a unidade industrial estão o processamento de cana de terceiros, o arrendamento e até a venda.