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Assembleia Legislativa de São Paulo cria frente Parlamentar do setor sucroenergético

Frente é apoiada por produtores, fornecedores de cana, prestadores de serviço, parceiros e trabalhadores, além dos prefeitos de vários municípios afetadosFoi lançada nesta quarta, dia 3, na Assembleia Legislativa de São Paulo, a Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético. De acordo com a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, a Frente Parlamentar é um passo fundamental para acelerar a conscientização da opinião pública e dos governantes sobre essas dificuldades, que são crescentes.

– O maior parlamento deste país, que é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, não podia ficar de fora dessa luta do setor sucroenergético. Nós tivemos cerca de 40 usinas da região sudeste  fechando as portas, gerando desemprego e mais usinas passando necessidades. Era preciso trazer essa discussão para o Parlamento. Para junto com nossos deputados federais pressionar a presidente Dilma – disse o deputado estadual (PPS), Roberto Morais.

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– Os números mostram uma situação que vem se agravando desde a crise financeira mundial de 2009, aprofundada por três safras consecutivas com graves problemas climáticos e queda de produção, além da ausência de políticas públicas de longo prazo que permitam ao setor planejar para sair da crise – explicou Elizabeth.
 
Segundo Elizabeth, a Frente é apoiada por produtores, fornecedores de cana, prestadores de serviço, parceiros e trabalhadores, além dos prefeitos de inúmeros municípios, todos diretamente impactados pela situação

– Todos os esforços que contribuam para deixar clara a situação difícil do setor serão muito úteis, especialmente aqueles que reúnem inúmeros apoios vindos da cadeia produtiva como um todo – afirmou Farina.

Para ela, talvez o aspecto que melhor reflita as dificuldades econômicas que o setor enfrenta, seja a ausência de investimentos em novas unidades produtivas.
 
– Em 2009 chegamos a inaugurar 30 usinas novas em um único ano. De 2002 a 2010 foram mais de 100 novas usinas. Hoje, não há uma única usina nova contratada ou em processo de contratação. Isto impacta não só as perspectivas de aproveitamento das oportunidades futuras como também prejudica toda a cadeia de fornecedores, principalmente os fornecedores de cana e a indústria de bens de capital, que já perdeu milhares de empregos – frisou a presidente da Unica.

De acordo com o presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), José Coral, os problemas do setor sucroenergetico vêm se agravando desde a crise financeira  mundial em 2009. Foram três safras consecutivas com graves problemas climáticos, queda de produção e ausência de políticas publica.
 
– Estamos com bastante dificuldade, não só para os fornecedores, também para as indústrias quem tem açúcar e etanol. Já fecharam diversas usinas e outras várias estão no caminho. Com o custo saindo a R$ 70 a tonelada e recendo, em média, R$ 58 ou menos, é uma situação insustentável para todos – diz Coral.
 
Segundo a presidente da Unica, o momento do setor é de receitas estagnadas em níveis abaixo dos observados dois anos atrás, com custos de produção crescendo nos últimos anos e com tendência de novas altas. De acordo com Elizabeth, tudo isso está sendo agravado este ano pela ocorrência de geadas, e agora de chuvas que paralisam a colheita e a moagem e aumentam ainda mais os custos de produção.

– Chuvas em excesso paralisam todo o trabalho. O clima úmido reduz o índice de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), o que impacta o volume de produtos finais que se pode extrair da cana – disse.

A chuva também estende a safra por mais tempo, acrescentando custos e reduzindo a qualidade da cana colhida, o que também impacta a quantidade de produtos finais. O prolongamento da safra encurta o período de manutenção industrial entre o fim de uma safra e o início da próxima, onerando o trabalho de manutenção devido ao prazo curto para a realização desse trabalho.

– Essas pressões adicionais, na atual conjuntura, tornam a situação econômica do setor ainda mais preocupante – afirmou ela.
 
Segundo o diretor Técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, as projeções apontam para uma safra 8% maior este ano, mas a quantidade de produtos obtidos da cana colhida deve ser menor em 2 quilos por tonelada.

– A produção de açúcar e etanol na atual safra deve crescer cerca de 6,5%, mas os custos de produção devem subir em média 10% por conta de dias parados devido à chuva, perdas por conta da geada e aumentos de custos de diversos insumos. Paradoxalmente, teremos uma safra maior e ao mesmo tempo deficitária – explicou.
 
– Este é um setor com perspectivas muito positivas para o futuro, mas não será possível atender a essas expectativas com investimentos para ampliar a produção sem medidas essenciais, que precisam ser introduzidas o quanto antes – frisou a presidente da Unica.

 Elizabeth destacou os principais temas que vem sendo discutidos intensamente com diversos interlocutores da administração pública, em busca de soluções que, para muitas empresas, já são uma questão de sobrevivência.
 
– Os impactos positivos da produção e uso de etanol em larga escala no Brasil precisam ser reconhecidos, através de políticas públicas e tributos diferenciados a favor do combustível renovável e não dos combustíveis de origem fóssil. Igualmente fundamental é a definição da matriz energética brasileira, atribuindo pesos e prioridades claras e de longo prazo. Por fim, é essencial que se defina uma política de longo prazo para o preço da gasolina no país – concluiu a presidente.

>>Leia mais: Setor de cana-de-açúcar começa a se recuperar, diz Datagro

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