De acordo com a superintendência do Incra no Estado, a reforma agrária é um processo complexo e, por isso, em alguns casos, um imóvel pode levar muito tempo até se tornar um projeto assentamento. O Nova Santa Inácio Ranchinho demorou seis anos pra começar a produzir.
No local, 36% dos assentados arrendaram parte do lote para a cana-de-açúcar como melhor opção de renda. Porém, o que mais está dando certo é a produção de leite.
São 115 famílias em 3,5 mil hectares, uma média de 25 hectares por família. A vocação está se comprovando que é mesmo para a pecuária leiteira: são mais de duas mil cabeças que produzem 2,3 mil litros de leite por dia.
No lote de Edivaldo Oliveira da Silva, a estrutura comprova que os investimentos estão dando retorno. Levou tempo, mas agora o assentado tem ordenhadeira para um rebanho de 48 animais.
José Messias passou 4,5 anos acampado na beira da estrada e mais dois anos embaixo de uma lona já dentro do assentamento. Atualmente, trabalha como diretor de Agricultura Familiar da prefeitura de Campo Florido e é o presidente da Associação dos Assentados.
No ano passado, as 115 famílias conseguiram R$ 645 mil para reformar as casas. Messias tem 29,3 hectares. Em 14 deles há cana de açúcar, de que recebe mais de R$ 700 por mês sem nenhum trabalho; na outra parte, ele prepara a terra para o plantio de milho.
O assentamento Nova Santa Inácio Ranchinho está em uma fase mais adiantada, como declara o Incra. Esta caminhada, porém, não foi nada fácil: uma prova de fogo tendo como principal entrave a burocracia.