Concebido em sistema de alternância, o curso prevê a permanência do aluno por 15 dias seguidos na escola e os outros quinze no assentamento.
? Dessa forma, o aluno, além de trabalhar imediatamente no assentamento com os conhecimentos adquiridos em sala de aula, mantém o vínculo com a família e com a comunidade ? afirma Lucimar Dias de Souza, diretor da Efar.
Para as asseguradoras do Pronera no Estado, Mara Lúcia Pena de Abreu e Cristina Miranda, o Incra/MS está iniciando uma nova era na educação da população jovem assentada.
? Com a turma que está sendo preparada pelo curso, esperamos promover o início de uma grande transformação na relação de produção nos assentamentos do Estado ? afirmou Mara Abreu.
Além do curso técnico, o Pronera financia em Mato Grosso do Sul o curso superior de Ciências Sociais para 60 estudantes assentados, na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
A formação agropastoril dos alunos tem como foco a agroecologia. Para Josiani Zanetti, ex-aluna e hoje professora de agroecologia da Efar, a educação dos jovens da reforma agrária não poderia seguir o modelo do agronegócio.
? A idéia é produzir alimentos mantendo a sustentabilidade ambiental. Por isso, procuramos trabalhar no campo identificando e obedecendo as relações e os processos ecológicos, de forma a se tirar da terra o alimento com o menor impacto ambiental possível. Nesse sentido a agroecologia é a forma de produção que mais imita a natureza ? disse Josiani.
Entre as práticas ensinadas pela Escola Agrícola estão o consorciamento, agrossilvicultura, agricultura orgânica e permacultura. A escola está localizada numa área de 60 hectares, distante apenas quatro quilômetros da cidade. Dispõe de estrutura para criação de aves, ovinos, suínos e bovinos.