Nos assentamentos Dandara e Santa Tereza do Cedro, as famílias vão sobrevivendo com produção de subsistência esperam a documentação que está emperrada no Incra em Belo horizonte. O extensionista da Emater Tomaz Chiatti acompanha de perto os assentados, mas depende do Incra para que os projetos possam avançar.
Nesta semana, foram distribuídas árvores frutíferas para as famílias, da mesma forma que os assentados já receberam sementes de milho e feijão, mas sem dinheiro.
Djalma de Oliveira é assentado há sete anos e sabe das dificuldades com a lentidão do Incra, mas a situação só piora. Sem apoio, os assentados também não se entendem. Djalma explica que o assentamento com apenas 30 famílias tem duas associações.
As casas são improvisadas com lonas e o longo processo de legalização das famílias parece não ter fim. Além disso, a energia elétrica é clandestina. João Siqueira é presidente de uma das associações. Ele resume que os problemas têm uma só origem: o descaso do Incra.
Em meio a tantos problemas, um bom exemplo: Ricardo Alves Bento não tem raiz em movimentos sociais. Ele trabalhava em uma fazenda, perdeu o emprego e conseguiu uma vaga no assentamento Dandara. Com as economias que tinha, comprou um trator e está preparando o solo para pastagem. Com boas ideias e esforço próprio, ele fez um bom negócio comprando búfalos. Tem hoje 50 animais.
A casa onde Bento mora é improvisada, já que tudo o que pode ele investe na fábrica de mussarela. Está produzindo na entre safra 15 quilos de queijo mussarela de búfalo por dia.
Os assentados da vizinhança perceberam que mexer com búfalo pode ser um bom negócio. Mas o bom exemplo de Ricardo só pode ser seguido com mais investimentos. A papelada que legaliza a situação de cada um está pronta, mas para ter acesso ao crédito ainda depende da aprovação do Incra.