São Paulo tem cerca de 200 produtores de grama que cultivam 20 variedades: esmeralda, São Carlos, Santo Agostinho, bermudas e muitas outras. Nem todos são legalizados, o que já é um problema. Mas existe outro ainda pior: mais da metade da grama vendida não é cultivada e sim extraída de forma ilegal.
Até pouco tempo não havia fiscalização. Além da sonegação fiscal, a grama muitas vezes, é retirada de áreas nativas, próximo a margens de rios e córregos, o que é proibido pelo Código Florestal. Empobrecimento do solo, erosão e assoreamento também são consequências da extração ilegal de grama.
O produtor Mauro Rondelli é legalizado, tem o Registro Nacional de Sementes e Mudas. Em uma área de 60 hectares, em Campinas, ele planta a grama da variedade esmeralda, vendida para paisagistas e clientes do mercado esportivo. Segundo ele a concorrência é injusta, além de mal fiscalizar, os órgãos públicos são os principais compradores da grama sem procedência.
? Deveriam fiscalizar e combater, mas infelizmente fazem o contrário. Estão alimentando este comércio. É uma pena ? comenta Rondelli.
O metro quadrado é vendido por um preço que varia entre um R$ 1,50 a R$ 2,20. Segundo os gramicultores, o valor poderia ser maior não existisse o mercado ilegal. Para evitar a pirataria, a Associação que representa este segmento no Brasil está lançando uma campanha de incentivo à venda de grama com registro. O produtor deve seguir as regras do Ministério da Agricultura. O primeiro passo é a inscrição no Renasem, Registro Nacional de Sementes e Mudas.
? A qualidade muda muito. A qualidade de grama legal é uma grama já cortada com máquina. E a grama ilegal é cortada na enxada, tirada em torrão, completamente diferente ? informa o presidente da associação.
A estratégia da campanha é alertar as prefeituras para só adquirirem grama certificada. O presidente da associação, Luiz Carlos Cyrineu, avisa: quem comprar mercadoria ilegal pode ser punido.
? Quem compra grama ilegal é o seguinte: pode até ter multa e uma suspensão de obra, corre o risco de suspender a obra porque está comprando uma grama que é tirada em pasto. Não tem Renasem ? conclui Cyrineu.