Um comitê médico foi formado no Brasil e um trabalho intenso foi feito pela Sociedade Brasileira de Infectologia para criar um protocolo com normas específicas sobre a enfermidade. A intenção agora é orientar os profissionais no diagnóstico, acompanhamento e tratamento de pacientes. O documento tem oito páginas e traz orientações que ajudam os médicos a definir quais casos requerem monitoramento e quais são só suspeitos.
O protocolo orienta também os profissionais de saúde sobre procedimento no contato com os pacientes, sobre o uso de máscaras e que encaminhamento deve ser dado em caso de suspeita da doença. O material já está disponível no site da AMB e será enviado a todos os 350 mil médicos brasileiros.
Entre as orientações está o monitoramento de qualquer paciente vindo do Exterior que apresente simultaneamente febre e tosse. Pelas recomendações, todos os casos em situação de monitoramento devem ser notificados às secretarias municipal ou estadual de Saúde.
? Num ambiente fechado, num ambiente de saúde, em quartos de isolamento onde o profissional está avaliando um paciente, nós temos mais chance de contaminação, então é importante tudo o que nós chamamos de paramentação, que é máscara, avental, luva ? afirmou a médica do Comitê Científico de Influenza Nancy Bellei.
? As pessoas na rua não devem usar máscaras. Isso é um fato. Porém, em alguma situações específicas, principalmente quando há uma suspeita, os familiares que estiverem em contato devem utilizar máscara ? completou o presidente da Associação Médica Brasileira, Juvêncio Furtado.
Os médicos elaboraram também um outro documento com orientações para a população. O material esclarece as dúvidas sobre a doença e orienta as pessoas em caso de suspeita de contágio.
São considerados casos suspeitos, os de pessoas com febre alta, tosse, dor de cabeça, dores pelo corpo e com dificuldade para respirar.
? Quem deve procurar o sistema de saúde é aquela pessoa que tiver vindo de alguma área que tenha casos confirmados. Essa é a primeira situação, independente de ter sintomas ou não. Além disso, a pessoa que está com febre alta, coriza, tosse, respirando com dor no corpo, ou seja, com aquele sintoma de gripe mais febre alta, essa pessoa deve procurar o seu médico, o sistema de saúde ? explicou o doutor Furtado.
Segundo os especialistas, o trabalho de vigilância nos casos de influenza é constante no Brasil. No caso da gripe A, a situação é preocupante, mas não há motivo de pânico, nem nos grandes centros onde foram diagnosticados casos nem no interior. Os médicos reiteram também aquela informação de que não há possibilidade de contágio pelo consumo da carne suína, nem pelo contato de produtores rurais com os animais.
? O suíno não tem risco. Não tem transmissão do vírus para o suíno. Portanto em tese não temos nenhuma preocupação com estes animais nem com as pessoas que lidam com eles ? concluiu o presidente da Associação Médica Brasileira.
Sintomas de casos suspeitos:
– Febre alta (acima de 38 ºC)
– Tosse
– Dor de cabeça
– Dores pelo corpo
– Dificuldade respiratória