Ataque da ferrugem asiática preocupa produtores do RS

Presença do fungo é maior nesta safra e já liga o alerta nos sojicultores gaúchos

Bruna Essig | Cruz Alta (RS)

O plantio da soja já está finalizado no Rio Grande do Sul. Neste ano, a preocupação com a ferrugem asiática é maior, isto porque os casos da doença apareceram mais cedo que o habitual. No noroeste do estado, os produtores já estão se prevenindo. O clima úmido e quente, como está sendo na região, facilita o surgimento da doença. Os prejuízos causados pela ferrugem são bilionários.

A doença já foi encontrada em todas as regiões produtoras do estado. O fungo se espalha com facilidade, pelo ar, e pode causa perda de até 70%. Segundo o Consórcio Antiferrugem, já são 65 focos da doença no estado contra 23 no mesmo período da última safra. O sojicultor Celsom Sossmeier já se adiantou e fez a primeira aplicação com fungicida.

– É um monitoramento diário, que precisa ser feito, já que o clima facilita a presença da ferrugem. Monitoramos e já fizemos a aplicação para ficarmos mais tranquilos – afirma.

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Para prevenir a ferrugem asiática, o bolso pesa mais. O custo de produção cresceu 35% nesta safra no município.

– Os químicos, os fertilizantes, herbicidas e fungicidas. Cada vez que você faz uma aplicação, você tem o custo. Tudo isso acaba embutido no preço e o agricultor não consegue repassar porque dependemos do mercado internacional – lembra o presidente do Sindicato Rural de Cruz Alta, Fernando Carpes.

O preço da saca está a R$ 80,00 na região. O valor é bom, mas nem todo mundo consegue aproveitar. Muitos já venderam antecipadamente e, em alguns casos, até por menos.

– É uma boa opção porque você nunca sabe quanto vai estar o preço da soja ou do produto na hora da entrega. Então tem que garantir pelo menos o custo de produção. Eu consegui um preço bom porque fiz um lote que garantiu os custos – comemora Sossmeier.

Bom desenvolvimento

Em Cruz Alto, tudo já foi semeado, a área plantada no município cresceu 3%. O desenvolvimento ainda é pouco, isso porque choveu muito entre novembro e dezembro nas regiões produtores do Rio Grande do Sul.

– Ela [planta] deveria estar com um porque maior, mas, em função de muita chuva e pouco sol, atrasou um pouco o ciclo. A gente vai colher um pouco menos que o ano passado, em função da luminosidade. Está chovendo bastante, mas o sol também é necessário – afirma do presidente do Sindicato Rural da cidade, Fernando Carpes.

Apesar do clima, o agricultor Celsom Sossmeier conseguiu finalizar o plantio dentro do prazo ideal. Agora, a chuva é bem vinda.

– O tempo está se comportando muito bem, chovendo bastante, a planta está crescendo. Por enquanto, tudo está correndo bem – avalia.

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