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– A recuperação de uma planta que já está tomada é difícil. Ela pode até chegar a ter umas espigas, mas bem menor do que o normal – afirma o entomologista Rodolfo Bianco.
É cada vez mais fácil encontrar plantas em bom estado no campo. Mesmo com todo o cuidado e manejo feito na área experimental do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), ainda há percevejos. O pesquisador Rodolfo Bianco, especialista em insetos, diz que a situação é preocupante.
– O inseto está mais tolerante aos neonicotinoides e também ele encontrou, nos últimos anos, condições excelentes de clima e falta de inimigos naturais, a ponto de explodir a população – declara Bianco.
O percevejo ataca a planta quando ela está novinha ainda. Ele libera uma toxina no caule e a planta não se desenvolve, perde forças e perde produtividade também. Os especialistas dizem que é cedo ainda pra se falar em prejuízos econômicos, mas há uma estimativa de que pelo menos 20% das lavouras de segunda safra de milho, em todo o país, já foram perdidas pelo ataque de percevejos.
A praga apareceu com mais força nos últimos cinco anos. Antes não se encontrava mais que quatro ou cinco insetos por metro quadrado. Hoje, é comum ver até 20 no mesmo espaço. Mais de 10 já é um risco grande, se não for feito o controle correto. O tratamento de sementes é adequado para isso:
– O tratamento de sementes pode ser feito muitas vezes na propriedade, mas muitas empresas que vendem a semente, vendem no saco. Então, o produtor compra e já vem tratado – afirma Bianco.
O produtor Adão de Pauli explica que fez o controle direitinho, mas que não teve jeito.
– Fiz o que tinha que ser feito. Acredito também que os produtos estão mais eficientes, mas não temos essa certeza ainda – relata Pauli.
O milho safrinha que Pauli plantou em Londrina (PR) já tem um mês, está crescido, mas os pés estão atacados pelo percevejo, 10% da lavoura não será recuperado.
– Desde o ano passado, estou em cima. Este ano pra mim foi o pior ano que eu já vi. Temos que ter novas estratégias de manejo para essa praga. Ela deve ser considerada uma praga de manejo durante o ano todo. É preciso controlar ela em outras culturas antes do milho safrinha. No caso da soja, no caso do trigo – afirma Pauli.